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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Brasil: onde racistas só se surpreendem com o racismo dos outros

Por Djamila Ribeiro

Como foi bastante divulgado durante a semana, Maria Júlia Coutinho, carinhosamente chamada de Maju, a “garota do tempo” do Jornal Nacional, foi alvo de comentários racistas nas redes sociais. Rapidamente criaram-se campanhas de apoio a ela, pessoas manifestaram-se contra o episódio e a hashtag Somos todas Maju liderou o trend topics do twitter.

Obviamente que me solidarizo com Maju, como mulher negra que se coloca, sei o que é receber ofensas nas redes sociais de pessoas sem noção. Porém, o que me intriga é a falta de criticidade de muitas pessoas que se solidarizaram.

Quando vi algumas pessoas da minha rede de amigos ficarem surpresos com as ofensas, minha vontade foi dizer: queridinhos, é a mesma coisa que vocês faziam comigo na escola, lembram? Lembram meninos, que vocês corriam de mim na época da festa junina dizendo categoricamente: “não vou dançar com a neguinha?” Quase escrevi para um colega que estava revoltado se ele lembrava de ter ficado surpreso ao saber que eu fazia mestrado em Filosofia Política e falava outros idiomas quando me conheceu: “Nossa, você é inteligente mesmo, se fosse loira seria um fenômeno”.

Aos que dizem “em pleno século XXI e isso ainda acontece, falta conhecimento da história do Brasil, de que esse País foi fundado no racismo, é estrutural. Eu fico surpresa com a "surpresa" dessas pessoas. Como eu sempre digo, não precisa ler Franz Fanon, basta ligar a TV. Num país com 52% de população negra, por que essas mesmas pessoas não se surpreendem com a ausência de negros na TV? Por que não criam uma campanha chamada Por uma TV Menos Eurocêntrica, por exemplo?

Quem trabalha com educação e ficou indignado está trabalhando com a Lei 10639? Trata-se de uma lei de 2003, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e obriga a inclusão do ensino da história de África e afrobrasileira na escola. Interrompem a aula quando um aluno faz ofensas racistas a outro ou diz que isso é brincadeira e não faz nada? Quem é empregador, contrata profissionais negrOs? É urgente que pessoas brancas discutam racismo pelo viés da branquitude, que se questionem, Que reflitam e perguntem a si mesmas: quantas vezes eu contribui com a baixa estima da minha amiga negra ao fazer piadas sobre o cabelo dela? Quantas vezes eu tentei destruir o sonho de uma pessoa negra por achar que a filha da minha empregada negra não podia fazer faculdade com meu filho e sim servir minhas próximas gerações? Quantas vezes eu naturalizei que mulheres negras deviam me servir em vez de entender que elas são empurradas a esses empregos por conta do racismo e machismo estrutural?

Sem esses questionamentos não serve de nada mostrar indignação. De campanhas que não mexem nas estruturas e não se questiona privilégios já estamos fartas. Não adianta se revoltar com as ofensas que Maju sofreu julgando que essas são coisas isoladas, que só acontecem às vezes, quando o racismo é uma realidade para a qual muitos fecham os olhos.

Não adianta se incomodar com essas ofensas e ser contra as cotas, ser fã do descerebrado do Gentilli, chamar militantes de vitimistas quando apontam racismo. Ou ainda ser a favor da redução da maioridade penal quando se sabe que essa só vai encarcerar jovens negros porque se julga que jovens brancos ricos ou de classe média são aqueles que de boa família que cometeram um erro.

Não dá pra ter indignação seletiva, revoltar-se com o que aconteceu com a jornalista, mas calar-se quando é com o porteiro, com o menino da periferia.

No Brasil, até quem se coloca contra certas atitudes racistas não sabe ou finge não saber como o racismo age. Racismo é um sistema de opressão que nega direitos, vai além de ofensas. Como diz Kabengele Munanga: “O racismo é um crime perfeito no Brasil, porque quem o comete acha que a culpa está na própria vítima, além do mais destrói a consciência dos cidadãos brasileiros sobre a questão racial. Nesse sentido é um crime perfeito”.

Toda solidariedade a Maju e toda indignação perante a hipocrisia. Sim, o Brasil é racista e o ódio racial contra a população negra existe desde que o primeiro navio negreiro que aqui chegou.


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Mudanças ortográficas e sua repercussão

As mudanças ortográficas da Língua Portuguesa, cuja implantação está prevista para este ano pelo MEC, é um tema polêmico e, portanto, divide a opinião dos especialistas no assunto.
De um lado, estão aqueles que aprovam as alterações, alegando que elas uniformizarão a escrita da Língua Portuguesa, facilitando, assim, a integração dos países signatários do acordo. Além disso, acreditam que elas simplificarão a escrita do idioma.
De fato, há inúmeras diferenças, por exemplo, entre o português do Brasil e o português de Portugal não somente na fala, mas também na escrita. Claro que isso cria algum obstáculo ao intercâmbio cultural, turístico, diplomático e comercial. Por outro lado, a grafia de muitas palavras causa uma dor de cabeça enorme a muita gente, até mesmo àquelas consideradas intelectuais.
Pelas normas ortográficas atuais, o emprego do hífen, por exemplo, é, sem dúvida, altamente complexo. Em alguns casos, ele se torna indispensável – com os prefixos ex-, pós-, vice-, pré- etc. (ex-diretor, pós-guerra, vice-presidente, pré-natal). Noutros, depende do prefixo e da letra inicial do radical que o sucede. Portanto, se forem utilizados os prefixos auto, contra, extra, infra, intra, neo, proto, pseudo, semi, supra, ultra (SACCONI, Luiz Antonio. Nossa Gramática, Teoria e Prática), e a palavra posterior começar com vogal, h, r ou h, obrigatoriamente, se deverá empregá-lo. E isso não é o fim do assunto. Existem outros prefixos e outras regras. Uma dor de cabeça! A reforma que vem aí propõe, entre outras coisas, a extinção do hífen em casos como esses.
De outro lado, encontram-se aqueles que se posicionam contra as mudanças. Eles asseveram que é impossível unificar a Língua Portuguesa – ou qualquer outro idioma – por causa do seu dinamismo natural e peculiaridades regionais. O português do Brasil nunca será o mesmo de Portugal tampouco o das outras ex-colônias lusitanas.
A língua, independentemente de normatizações criadas pelas academias de letras, sofre influência do contexto sociolinguístico, de tal maneira que, no Brasil, por exemplo, há uma variedade de falares. É ilusória, portanto, a crença de que existe apenas uma vertente culta da língua portuguesa, conforme diz Marcos Bagno em seu livro “Preconceito Linguístico” e em “A Língua de Eulália”. Essas variedades – legítimas – estão vinculadas ao regionalismo, ao contexto socioeconômico, ao grau de escolaridade, ao sexo etc. Ora, se em um único país não se pode falar em unidade linguística, o que se dirá de continentes!
            As mudanças ortográficas serão uma realidade em poucos dias e, não obstante as divergências legítimas entre os doutores das letras, os professores de Língua Portuguesa devem estudar o assunto, com profundidade, e, posteriormente, ensinar aos alunos as novas regras da variante culta ou padrão, sem, no entanto, deixar de esclarecer-lhes que a língua é viva e dinâmica, pois está atrelada ao povo e não às normas estabelecidas em gabinetes.

                                                                                               Antônio de Souza Matos

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A Língua dos Poderosos

Por que é tão difícil para aqueles que nasceram em famílias mais humildes dominar o chamado português culto? Com certeza não é porque são menos inteligentes, mas porque nasceram e convivem num ambiente em que essa língua não é real.
O linguista Marcos Bagno, em seu livro Preconceito Linguístico, mostra que a língua receitada pela gramática normativa é uma imposição das elites dominantes do País. Ela não foi escolhida como língua padrão por acaso. Aqueles que têm a hegemonia no campo político e econômico, por uma questão de puxar brasa para sua sardinha, a privilegiaram em detrimento dos diversos e legítimos falares brasileiros.
Existem inúmeras variedades da língua portuguesa no Brasil – todas legítimas e corretas do ponto de vista sociológico e funcional. Portanto, não há, como alguns advogam, supremacia de uma variedade como o chamado português culto ou língua padrão.
A internalização da ideia de que a língua da gramática normativa é única contribui para o aumento da sensação de pequenez por quem não nasceu em berço de ouro. Por isso, muitos se dizem “burros” e, portanto, sentem-se incapazes na hora de expressar o pensamento com medo de ser criticados e rotulados de ignorantes.
O ex-presidente Lula provou que competência para governar não está atrelada ao domínio da língua culta. A capacidade intelectual do ex-operário do setor metalúrgico que ascendeu ao principal posto do País derruba a tese de que apenas quem fala a língua socialmente valorizada está apto a dirigir uma nação. O presidente, usando o seu próprio português, tão rico quanto o outro, conquistou os plebeus e até mesmo uma parcela dos nobres, falando de igual para igual com a maioria do povo brasileiro.
É mais fácil, para quem nasceu num contexto privilegiado, dominar a sintaxe da língua culta, visto que, desde a mais tenra idade, vivenciou essa variedade no ambiente doméstico. Se uma criança da periferia ou da roça tivesse nascido em contexto semelhante, obviamente a sua língua natural seria outra e teria mais facilidade de aprender as nuances mais complexas da língua culta nas aulas de Português.
Por mais que alguém se orgulhe de saber empregar com maestria a morfossintaxe da língua padrão, nunca a dominará por completo, considerando que se trata de uma língua ideal, não de uma língua real, conforme o renomado linguista Sausurre demonstrou em meados do século XX.
A língua não é estática, como prescrevem os gramáticos. Ela varia de acordo com a época, a idade, o sexo, o grau de escolaridade e o contexto geográfico, econômico e social, e assim por diante. Por isso, é impossível haver homogeneidade linguística entre os falantes. Não dá para afinar todo mundo pelo mesmo diapasão, tampouco engessar o idioma, “última flor do Lácio, inculta e bela”.
Apesar dessa diversidade, cada falante, sobretudo os que vivem da comunicação e do ensino da língua, deve se empenhar para dominar o maior número possível de falares, a fim de adequar-se aos diversos contextos sociais. Nada justifica o comodismo e a preguiça.
Não se pode prescindir do estudo sistemático da língua padrão, por mais alienígena que seja para a maioria dos brasileiros, considerando não somente o seu valor social, mas também a necessidade de ombrear com os detentores do poder, que ditam as regras do jogo político, social e econômico, a fim de não se manter oprimido, discriminado e excluído.
Numa sociedade capitalista e neoliberal como a nossa, tudo é planejado para manter o status quo de uma oligarquia que mantém as rédeas do poder. Ninguém consegue, por exemplo, passar no concurso para auditor da Receita Federal, se não conhecer muito bem a gramática normativa. A mesma coisa ocorre nos vestibulares para os cursos mais prestigiados, como Direito e Medicina.
Para alguém das minorias obter, por exemplo, uma formação igual à do ministro Joaquim Barboza, ex-presidente eleito do Supremo Tribunal Federal, é preciso muito esforço pessoal, muito estudo, muita perseverança, tudo isso associado ao saber aproveitar as oportunidades.
É pura ignorância discriminar alguém por causa do não domínio da chamada língua padrão ou norma culta. No entanto, cada um de nós deveria se preocupar em aprender bem essa variedade, sem menosprezar as outras, pois disso depende uma boa convivência social.


                                                                                            Antônio de Souza Matos

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A Última Flor do Lácio

“Flor Lácio”, assim era tratada a Língua Portuguesa por um de seus maiores autores, Olavo Bilac.   As flores representavam as línguas neolatinas daquela região, Lácio. E a língua portuguesa foi a última a ser estruturada, já no século XVI, por Camões.

Desde então, muito se tem dito e escrito em prosa e verso e melodia. Quantas palavras vazias, significativas e vividas são expressas! Palavras que despertam emoções e sentimentos por ela traduzidos. Sem falar naquelas que só existem em sua essência, como “saudade”.

Assim como tantos declamadores, escritores e cantores, Caetano não resistiu  aos seus encantos: “Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões”; “Minha pátria é minha língua”. Mas muitos, atualmente, não parecem comungar a mesma admiração. Preferem outros idiomas, como o inglês de Shakespeare, o francês de Saint-Exupéry, o italiano de Alighieri, o espanhol de Cervantes, o russo de Tolstoi, o alemão de Von Goethe...

E a língua portuguesa vai aparando as arestas que lhe são impostas pelos incultos, pelos apressados, pelos desfavorecidos. Segue malfalada, maltratada pelos incautos, desvalorizada, mas consciente de seu poder perante a nação. Por isso nada mais justo que existir um dia dedicado a  ela – 10 de junho. 


Vale uma reflexão sobre a importância de conhecê-la com mais profundidade e por que não uma reverência a sua austeridade.

                                                                                                                   Maria Teresa 

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Da Palmatória ao “É Proibido Proibir”

Por Antonio de Souza Matos

Não há como contestar que o índice de indisciplina cresce nas escolas de todo o País, diminuindo o nível de aprendizagem e causando transtornos mentais tanto em alunos quanto em professores. O principal motivo desse fenômeno é, sem dúvida alguma, a ausência de limites em casa.
Os pais saíram de um extremo para outro. Antes as regras eram rígidas e inegociáveis. A criança, o adolescente e o jovem não tinham voz. Não podiam discordar; simplesmente obedecer. Se transgredissem, sofriam as penalidades: não raro, duras, cruéis e até mesmo desumanas.
Havia pais que punham os filhos de joelhos em cima de caroços de milho durante horas; outros que os torturavam com chicotes, cinturões ou palmatórias; outros ainda que chegavam a bater-lhes com qualquer coisa que estivesse ao alcance da mão: pedaços de mangueira, ferramentas, paus e até coisas pontiagudas.
Com certeza, essa forma autoritária e despótica de impor limites não era apropriada, pois deixava marcas indeléveis tanto no físico quanto na alma dos filhos, prejudicando o seu desenvolvimento psicossocial.
Por causa disso e de outros desmandos cometidos por autoridades, iniciou-se um processo, em todo o mundo, na década de sessenta, com o Movimento Hippie, de luta contra qualquer tipo de regra ou convenção social. Os mentores desse movimento tinham em vista estabelecer uma nova ordem mundial, na qual a geração jovem pudesse fazer o que bem entendesse: desde a prática do sexo livre até o uso de entorpecentes.
A semente lançada naquela época brotou, fez-se uma gigantesca árvore e está dando frutos. Hoje, no final da primeira década do século XXI, o ideal da ausência de limites se consolidou, e isso pode ser visto na maioria dos lares brasileiros – a começar pela mudança do conceito tradicional de família.
Em nome de uma suposta liberdade, pais já não conseguem dizer não aos filhos. Assim, estes crescem como pequenos ditadores, altamente egoístas, mesquinhos e intolerantes com aqueles que se colocam em seu caminho, exigindo-lhes qualquer tipo de obediência.
Na escola, não aceitam fazer as atividades pedagógicas. Pelo contrário, decidem brincar ao celular ou simplesmente bater-papo com os colegas. Opõem-se às cobranças dos mestres e às retaliações por atitudes de indisciplina. Consideram os professores como inimigos ao invés de enxergá-los como parceiros na construção do conhecimento e na superação de eventuais deficiências de aprendizagem.
É claro que os pais de antigamente não estavam certos em impor limites daquela maneira, mas os pais de hoje também não estão certos ao abdicarem da sua responsabilidade de educar os filhos, deixando de estabelecer regras claras de convivência social. Algo precisa ser feito com urgência para restabelecer a disciplina tanto em casa quanto na escola, senão é imprevisível o que acontecerá às futuras gerações.


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Magistério, uma Profissão em Declínio

Por que diminui o número de jovens interessados em cursar uma licenciatura e dedicar-se ao magistério, conforme diz a revista Época (14/4/2008, p.72)? A resposta é óbvia: a desvalorização do professor, sobretudo no Brasil, cresce paulatina e sistematicamente.
A remuneração é desanimadora para quem deseja ingressar na carreira do magistério. O maior salário inicial para nível superior, no Brasil, é de R$ 2.268,00 (30 horas semanais – Acre) e o menor, de R$ 599,00 (30 horas semanais – Pernambuco). São Paulo, o Estado mais rico da federação, paga R$ 1.660,00 (30 horas semanais). Roraima oferece R$ 1.547,74 de vencimento inicial, cuja remuneração vai para R$ 2.105,00 com a GID (Gratificação de Incentivo à Docência). No final da carreira, as gratificações desaparecem e o professor, que dedicou sua vida à educação, se torna um mendigo.
Com o recente reajuste dado pelo Governo do Estado de Roraima a técnicos de nível superior, a distância entre o professor e esses profissionais, em termos de remuneração, aumentou vertiginosamente. Quem vai almejar uma carreira que não deslancha nunca? Quando se fala em aumento salarial para professor, leva-se em consideração o inchaço na folha de pagamento, porque o número de professores é sempre bem maior que o de outros profissionais. É o mesmo que ocorre com os aposentados que ganham salário-mínimo.
O Plano de Carreira do Magistério Público do Estado de Roraima não estimula ninguém que almeje passar o resto da vida se dedicando ao ensino. A diferença salarial entre o iniciante da carreira e aquele que está na reta final é insignificante. Se um professor, por exemplo, terminar um doutorado hoje, receberá, na ativa, R$ 3.661,94. Sem direito a qualquer ascensão daí para a frente.
Com raríssimas exceções, apenas jovens das classes marginalizadas resolvem abraçar a carreira do magistério, por falta de condições socioeconômicas e até de preparo acadêmico para competir, em outras áreas mais promissoras, com os filhos dos ricos no vestibular de uma universidade pública e gratuita.
As condições de trabalho são cada vez mais precárias e as cobranças, maiores. A revista Nova Escola nº. 211 divulga que “cada vez mais professores sofrem com estresse, dores de cabeça, distúrbios de voz e tantos outros problemas”. E por que o professor adoece? Porque a gestão não lhe dá apoio ou suporte extraclasse, os cursos de formação superior pecam no currículo centrado em teorias, falta tempo para estudo e lazer, a indisciplina dos alunos se eleva, as condições físicas e estruturais das escolas pioram, o currículo é defasado e o apoio da sociedade vem diminuindo. Segundo Mary Yale Rodrigues Neves, da Universidade Federal da Paraíba, “a progressiva desqualificação e o não reconhecimento social potencializam o sofrimento dos docentes”. No passado, ser professor era status. Hoje, uma desmoralização.
Circula a informação de que o professor será cobrado por produtividade. Significa dizer que, se ele não conseguir melhorar o desempenho dos seus alunos, poderá até mesmo perder o emprego. Isso seria justo se o professor tivesse as mínimas condições para desenvolver um bom trabalho. Não é o que ocorre de norte a sul do Brasil.
Esses dados explicam por que jovens bem instruídos, competentes, na hora de escolher uma profissão, põem em último lugar o magistério. Não resta dúvida que existe uma orquestração para desestabilizar a educação pública e, por conseguinte, a figura do professor.


quinta-feira, 30 de abril de 2015

Repetir palavras nem sempre é sinal de pobreza de vocabulário

Aprendemos, desde as primeiras letras, que é errado repetir palavras em um texto. No entanto, a repetição, às vezes, é necessária para dar clareza ao enunciado, enfatizar uma ideia, entre outras finalidades estilísticas.  
No livro “Lutar com palavras: coesão e coerência” (2005), Irandé Antunes, doutora em Linguística pela Universidade de Lisboa, mostra-nos que a repetição é um dos procedimentos da reiteração – tipo de relação textual que consiste em retomar um segmento do texto para manter a coesão e a coerência. Segundo a autora, a repetição pode se dar pelos seguintes recursos: paráfrase, paralelismo e repetição propriamente dita.
A paráfrase é “uma operação de reformulação, de dizer o mesmo de outro jeito”. É empregada para esclarecer um conceito, uma informação, uma ideia. Aparece geralmente após expressões como: “isto é”, “ou seja”, “em outras palavras”. 
O paralelismo é “um recurso muito ligado à coordenação de segmentos que apresentam valores sintáticos idênticos”. Em outras palavras, é o emprego de uma estrutura gramatical similar com o propósito de manter uma simetria ou harmonia entre segmentos textuais (note que usei a paráfrase para explicar o paralelismo).
No período composto “É conveniente chegares a tempo e trazeres o relatório pronto”, vê-se o paralelismo, uma vez que, na última oração, o verbo trazer aparece também no infinitivo pessoal, a exemplo do que ocorre na segunda oração – ambas exercem a mesma função sintática, de sujeito da primeira. Haveria a quebra de paralelismo se a frase fosse escrita assim: “É necessário chegares a tempo e que tragas o relatório pronto”.  A última oração, como se pode observar, quebra o paralelismo, pois vem introduzida pela conjunção “que”, e o verbo aparece no presente do subjuntivo: “tragas”.
É comum a quebra do paralelismo em segmentos como este: “Temos de pagar imposto, quer queiramos, quer não”. De um modo geral, escrevemos: “Temos de pagar imposto, quer queiramos ou não”. A quebra, neste caso, se deve à substituição da conjunção coordenativa alternativa “quer” pela conjunção coordenativa alternativa “ou”. É comum também a quebra do paralelismo em segmentos semelhantes a este: “papel desempenhado pelo homem e mulher”. Para mantê-lo, teríamos de escrever: “papel desempenhado pelo homem e pela mulher”.
Já a repetição propriamente dita consiste em retomar uma unidade usada anteriormente – uma palavra, uma sequência de palavras ou até mesmo uma frase inteira. Ela é um recurso do qual não podemos prescindir, pois desempenha algumas funções coesivas relevantes, tais como: marcar a ênfase que se pretende atribuir a um determinado segmento, marcar o contraste entre segmentos, servir como gancho para uma correção e marcar a continuação do tema em foco, conforme se pode ver nos exemplos abaixo:
  “Ninguém deve comprar imóvel sem antes fazer pesquisa. Ninguém.” (Repetição do pronome “ninguém” para dar ênfase à informação da frase anterior). “O problema não está no estudante; o problema está no sistema.” (Repetição do substantivo “problema” para marcar o contraste entre estudante e sistema).   “[...] A organização estava a cargo dos diplomatas, mas Rafael Grecca assumiu-a para promover uma festa popular. Popular?” (Repetição do adjetivo “popular” para corrigir a informação da unidade anterior – todo o período). “Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor [...]” (fragmento extraído do poema “História de Flor”, de Carlos Drummond de Andrade). Nesse poema, o autor repete a palavra “flor” cinco vezes, para dar sequência ao tema sobre o qual discorre. Quem ousaria reprová-lo?
Além dos exemplos dados, que tratam da funcionalidade da repetição, diz Irandé, deparamos com uma série de situações em que se torna praticamente impossível não repetir uma palavra. Por exemplo, não é fácil conseguir um substituto para palavras como cooperativismo, comunismo, democracia, pecuária. A autora esclarece que o número de ocorrências das palavras repetidas varia de acordo com uma série de fatores, tais como gênero, intenções e tema.
 Convém ressaltar que a repetição não é um recurso retórico restrito ao texto publicitário ou poético, como alguns pensam. Ela aparece com frequência em vários tipos de texto não literários: editoriais, artigos, relatórios, reportagens, entre outros. 
Assim, não precisamos ficar com essa paranoia de não querer repetir palavras, achando que vamos cometer um crime de lesa-pátria. Mas é bom lembrar que esse recurso só tem valor quando torna o texto mais funcional e mais expressivo.

Professor e revisor de textos. E-mail:matoseluiza@yahoo.com.br

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Você conhece o real significado da Avaliação?




AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

A avaliação consiste em processo integrante da vida das pessoas, desde o nascimento até a morte. Avaliam-se as condições neonatais do bebê; avaliam-se suas etapas de crescimento saudável durante a infância; avalia-se o seu processo de aprendizagem ao longo da escolarização; avaliam-se seus êxitos e fracassos ao longa da vida adulta, avalia-se seu processo de envelhecimento e, por fim, avaliam-se as causas de sua morte (atestado de óbito).

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sinal vermelho

Sinal vermelho

          
Antonio de Souza Matos

Gosto de pessoas e, quando as conheço, sinto-me inclinado a cumprimentá-las com um sorriso, um toque ou um abraço, dependendo do grau de intimidade. Mas isso, de vez em quando, tem me causado embaraços.
Às vezes, a pessoa amanhece de mau humor e a última coisa que gostaria de receber era um cumprimento mais efusivo. Na verdade, talvez, preferisse nem ter saído de casa para não deparar com algum conhecido em seu trajeto. Entretanto, de repente, lá estou eu cruzando o seu caminho e, num ímpeto, lhe estendendo a mão. Observo, constrangido, que ela me devolve o gesto a contragosto, apenas para não ser mal-educada.
Outras vezes, encontro algum conhecido num lugar público e, pensando que vou ser correspondido, dirijo-me a ele com um gesto de carinho. Mas noto que só responde ao meu cumprimento por “educação”. Parece sentir-se incomodado com a minha presença e principalmente com minha atitude amistosa. Dá uma desculpa e sai de modo apressado, deixando-me quase falando sozinho.  
Certa vez, passei por um grande vexame numa festa de formatura. Faltou o padrinho, e uma amiga me convidou para substituí-lo. Na hora de entregar o diploma à minha afilhada, tive de subir ao palco e cumprimentar cada autoridade da mesa de cerimônia. Uma delas, uma senhora que eu conhecia havia muito tempo (justamente a mais íntima), reclamou alto que eu tinha apertado demais sua mão. Envergonhado, pedi-lhe desculpa. Mas, confesso, que, se soubesse que levaria aquela descompostura pública, teria feito como um sujeito que conheço, o qual, quando vai cumprimentar alguém, estende a mão e a mantém aberta, deixando apenas a outra pessoa apertá-la.
Um dia, já faz muitos anos, estava no centro de Manaus acompanhado de um dos enteados do meu pai quando avistei uma jovem que eu conhecia desde criança. Fui até ela para cumprimentá-la e lhe apresentar o rapaz. Fiquei de queixo caído ao notar sua retração e incômodo. Ela me tratou como se eu fosse um estranho: cumprimentou-me indiferente e saiu de fininho.
De vez em quando, cometo uma gafe com alguma colega de trabalho. Toco-a com a mão no ombro ou no rosto, mas noto que meu gesto foi recebido com desconfiança, como se eu estivesse, sei lá, mal-intencionado.
Sempre procuro refrear meu ímpeto expansivo. Mas confesso que é muito difícil. Parece que é algo natural em mim. Sei que todo cuidado é pouco, sobretudo em se tratando de pessoa do sexo oposto. Nem sempre o nosso gesto de carinho é recebido com bons olhos. Pode até ser interpretado como assédio sexual.
Por isso, para minha segurança e para evitar novos constrangimentos, estou me esforçando para conter meus impulsos táteis, principalmente no que diz respeito a pessoas que rejeitam esse tipo de contato.  No entanto, não quero perder jamais aquilo que Deus colocou em meu coração: o amor ao próximo.




sexta-feira, 13 de março de 2015

Mulher, obra-prima da criação

Mulher, obra-prima da criação 

           Antonio de Souza Matos


Conforme o relato bíblico no livro de Gênesis, cujo significado é origem, Eva, a primeira mulher, foi criada da costela de Adão.  Interpretando essa passagem, Agostinho, filósofo e teólogo de Hipona, que viveu entre os anos 354 e 430 da era cristã, disse o seguinte: “Deus não tirou a mulher da cabeça do homem, para que não fosse superior a ele, não a tirou dos seus pés, para que não fosse inferior a ele, mas tirou-a do seu lado, de perto do seu coração, para que fosse amada e protegida por ele”.

As mulheres não foram criadas para ser um simples objeto de prazer sexual, conforme a mídia insinua, tampouco escravas dos homens – cujo direito é apenas obedecer. Foram moldadas pelas mãos do Criador para ser auxiliadoras competentes. Foram forjadas, conforme disse o grande teólogo do cristianismo, para ser amadas e protegidas.  Em outras palavras, foram criadas para ser tratadas com respeito, honra e dignidade.

Mas, em pleno século 21, muitas mulheres ainda sofrem vários tipos de discriminação. Muitas são submetidas diariamente a tratamento desumano por parte de seus próprios cônjuges ou até mesmo de filhos. Muitas recebem metade ou menos da metade do que ganham os homens, apesar de exercerem a mesmíssima função.

Graças à força, à coragem e à bravura das mulheres, sem deixar de reconhecer a intervenção divina no curso da História, elas conseguiram obter várias conquistas sociais. Hoje há mulheres ocupando cargos importantes em várias partes do mundo, como é o caso da presidente Dilma Roussef, da governadora Suely Campos e da prefeita Teresa Surita, entre outras. 

Mas, para que chegássemos a esse contexto, muita água rolou debaixo da ponte. Mulheres pagaram um alto preço, por exemplo, aquelas 130 tecelãs que morreram carbonizadas numa fábrica da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 8 de março de 1857, por reivindicar redução da jornada de trabalho e equiparação salarial, além de condições dignas para o exercício de suas atividades laborais.

A inclusão do Dia Internacional da Mulher no calendário anual, ocorrida em 1910, na Dinamarca, e homologada em 1975 pela ONU, é o mínimo que o mundo poderia fazer para dizer o quanto as mulheres significam e representam.

Embora a primeira mulher tenha saído das entranhas de um homem, todos os homens, sem exceção, de lá para cá, saem do ventre de uma delas. Se refletirmos bem, ao fazermos a análise da mesma passagem bíblica que fala da criação da mulher, como fez Agostinho no final do século terceiro e início do século quarto, chegaremos à conclusão de que Deus reservou o melhor da criação para o final. Podemos compará-lo a um pintor que dá o último retoque em sua obra, o acabamento, para torná-la mais valiosa.

As mulheres, embora vistas por muitos como um simples objeto, na verdade, merecem todo o respeito e a admiração não somente no Dia Internacional da Mulher, mas também durante os 365 dias de cada ano.


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O valor do tempo

Leiam este texto que o professor Marcos Paulo indicou e reflitam!

O valor do tempo

            Imagine que você tenha uma conta corrente e a cada manhã você acorde com um saldo de R$ 86.400,00. Só que não é permitido transferir esse saldo para o dia seguinte. Todas as noites seu saldo é zerado, mesmo que você não tenha conseguido gastá-lo durante o dia. O que você faz? Você irá gastar cada centavo, é claro!

            Todos nós somos clientes deste banco do qual estamos falando. Chama-se tempo. Todas as manhãs, são creditados para cada um 86.400 segundos. Toda a noite o saldo é debitado como perda. Não é permitido acumular esse saldo para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada e todas as sobras do dia se evaporam. Não há volta. Você precisa gastar, vivendo no presente seu depósito diário.

            Invista, então, no que for melhor: na saúde, na felicidade e no sucesso!

            O relógio está correndo. Faça o melhor do seu dia a dia.

            Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu o ano.

            Para você perceber o valor de um mês, pergunte a uma mãe que teve seu bebê prematuramente.

            Para você perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal.

            Para você perceber o valor de uma hora, pergunte aos amantes que estão esperando para se encontrar.

            Para você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o trem.

            Para você perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que ganhou a medalha de prata em uma olimpíada.

            Valorize cada momento que você tem! E valorize mais porque você deve dividir com alguém especial; especial o suficiente para gastar seu tempo junto com você. Lembre-se, o tempo não espera por ninguém.

            O  ontem é história. O amanhã é um mistério. O hoje é uma dádiva. Por isso é chamado de presente!


Autor desconhecido.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Como proteger o nome de uma empresa?

Para todos aqueles que planejam abrir um novo negócio, o nome da empresa é algo que mais cedo ou mais tarde será discutido. É importante destacar que o nome pode ser registrado de várias formas, de acordo com a necessidade. Essencialmente há três tipos de registros de nomes empresariais.

                  · Nome fantasia
· Razão social
· Nome de domínio

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Eixos teórico-metodológicos que constituem a Pedagogia do Sucesso


A Pedagogia do Sucesso que embasa a Proposta Pedagógica do Programa de Aceleração da Aprendizagem está alicerçada em cinco Eixos Teórico-Metodológicos, cada um deles com foco num dos elementos dos processos de ensino e de aprendizagem:

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Você sabe o que é Pedagogia do Sucesso?


É uma alternativa pedagógica que visa a corrigir distorções dos sistemas formais de ensino que vêm gerando, há muito tempo, a defasagem idade-ano escolar.

Termo atribuído por João Batista Araujo e Oliveira, seu mentor e grande incentivador de seu desenvolvimento. É importante que se diga que não há um único pedagogo responsável por ela, mas vários, de Piaget, Freinet, Dewey, Rogers, Ausubel, Vygotsky, Luria, Branden, passando por Paulo Freire, Saviani, Gadotti, Libâneo, Hoffmann, Luckesi e chegando a você. Sim, todos os professores, diretores, coordenadores são seus criadores, desde que estejam empenhados no sucesso de seus alunos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

65 milhões de meninas estão fora da escola


Certa ocasião, Malala Yousafzai teve ocasião de asseverar que "os extremistas estavam e estão assustados com livros e lápis. O poder da educação os assusta. Eles estão com medo das mulheres. O poder da voz das mulheres os assusta".

Esta jovem paquistanesa, notável, é a pessoa mais nova a ser laureada com o prêmio Nobel. Seus esforços se destinam ao direito fundamental de todo ser humano: o acesso amplo à educação, especialmente para as crianças e jovens.

Ela não foi alçada ao posto de personalidade influente casualmente. Pelo contrário, ela encontrou resistências ferozes em seu próprio país, assolado pelos conflitos políticos e a influência deletéria do grupo Talibã (que tentou matá-la e a deixou em estado de saúde grave). Foi neste contexto, aparentemente desfavorável, que Malala trouxe do âmago do ser toda a sua força para lutar por aquelas que não tinham voz.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Você sabe o que é Correção de Fluxo Escolar?


Procurando solucionar o problema da defasagem idade-ano escolar, o Ministério da Educação, entre suas prioridades, estabeleceu a Política de Correção do Fluxo Escolar, liberando recursos, mediante apresentação de projetos, aos municípios com alto índice de defasagem, para que possam encaminhar, de forma adequada, os alunos aos anos escolares compatíveis a sua idade cronológica, concretizando-a por meio de alternativas pedagógicas, sob a responsabilidade das Secretarias de Educação.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

7 dicas para aprender um idioma mais rapidamente


Aprender um novo idioma é importante para todos, ajuda no seu trabalho (mesmo que ainda ache que não é necessário), em uma viagem então nem se fala! Se você realmente quer aprender um idioma, mas acha muito difícil, seja por falta de prática, pessoas nativas para conversar, não tem condições de pagar um curso, ou mesmo que tenha, mas acha que não é o suficiente, vou dividir com você 7 dicas que fizeram a diferença para mim, quando comecei a estudar idiomas.

É muito simples, mas poucas pessoas os usam, pois já estão acostumadas, ou acham que dá mais resultado, estudar a gramática.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Os absurdos do último acordo ortográfico


Os absurdos do ultimo acordo ortografico – em especial, os atinentes ao uso do ifen, qe se tornou inteiramente arbitrario, com regras injustificáveis i qe impoem sempre a consulta ao VOLP, ou vocabulario ortografico da lingua portugueza – levaram a uma reasao de parte dos escritores, educadores i da intelligentsia, qe xegou ao climacs com o projeto de nova ortografia, ora no Senado, onde corre a ideia de uma simplificasao cuaze radical.

A baze da reforma consiste na tentativa de fazer corresponder a cada letra o som do fonema qe ela reprezenta. Asim, se o som e “k”, as letras serao sempre “c” ou “q” (i no cazo deste ultimo, dispensado o “u” qe costumava seguilo). Se e “s” (sibilante) será sempre “s”, mesmo cuando se escrevia “ss”, “ç”, “sc”, “xc”, etc.; se o “s” soar como zumbido, usase o “z”. O “ch” vai sempre ser reprezentado por “x” i assim por diante.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Vencendo o medo do desconhecido


http://escolaabertaceteb.blogspot.com/2014/09/vencendo-o-medo-do-desconhecido.html

Vim participar de um curso na área de revisão textual aqui, em Brasília. Pensar em sair da comodidade da minha terra-natal, Boa Vista, e dirigir-me a uma cidade totalmente desconhecida assustava-me. Mas, a exemplo de Haw, uma das personagens da história “Quem mexeu no meu queijo?”, venci o medo e aventurei-me, vislumbrando a possibilidade de ampliar meus conhecimentos linguísticos. Desembarquei na capital do País na manhã do dia 18 de agosto, quando os termômetros do aeroporto marcavam 15 graus. 

Repente de despedida do Curso de Revisão de Textos



Hoje vamos encerrar nosso Curso de Revisão,

Com um repente especial,

Alegre, erudito e também profissional.

As aulas vão terminar, o CETEB vamos deixar,

Mas as Professoras Ana Paula e Tetê, no coração, vamos levar.



A turma é heterogênia, na idade, na experiência e no saber.

Tem jovens, adultos e até idosos, todos querendo entender

Os mistérios desta língua tão difícil de aprender.



O revisor não admite que se ofenda

A flor do Lácio tão querida.

Apedeutas não se atrevam

A macular a bendita...

É defensor ferrenho da linguagem oral e escrita.



Graciliano Ramos, escritor e revisor alagoano,

Enxugava tanto o texto que acabou delirando,

Queria encontrar um livro com as páginas todas “em branco”.



Precisamos destacar a performance da Tetê,

Anda para lá e para cá, no intuito de atender

A todos que têm dúvidas e que querem esclarecer,

Meus amores, para acalmar, ela repete com prazer.



O Antonio é antenado, veio de longe buscar

O conhecimento adequado, para seu Manual preparar.

A Liliam, chique e desinibida, quer conhecimento e experiência,

Para enfrentar, no STF, as ilustres Excelências, com muita paciência!!!



Ueliton está admirado com a idade da Irandir,

E pensativo reflete: “se ela pode, eu posso, o segredo é persistir

Vou continuar estudando para meu objetivo atingir”.



Os jornalistas formaram um grupo bem animado.

Muitos questionamentos, nada passou ignorado.

O Elcio trouxe a filha Beatriz que a todos encantou

E, no final do curso, certificado também ganhou.



A professora Angélica e o Fábio se deram bem.

Fizeram muitas perguntas e contribuíram para dúvidas elucidar

De muita gente que a timidez impedia de perguntar.



O curso deixou saudades, apesar de tão intenso,

Mas revisor gosta disso, quando há erros no texto

Corrige logo a grafia; o documento tem que estar perfeito

Segundo as regras da ortografia.



Grande abraço para todos!

Felicidades e muita sabedoria,

Para enfrentar os embates que nos esperam no dia a dia,
Sempre com bom- humor, fair play e alegria

Por Irandir Aranda