sexta-feira, 24 de abril de 2015

Você conhece o real significado da Avaliação?




AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

A avaliação consiste em processo integrante da vida das pessoas, desde o nascimento até a morte. Avaliam-se as condições neonatais do bebê; avaliam-se suas etapas de crescimento saudável durante a infância; avalia-se o seu processo de aprendizagem ao longo da escolarização; avaliam-se seus êxitos e fracassos ao longa da vida adulta, avalia-se seu processo de envelhecimento e, por fim, avaliam-se as causas de sua morte (atestado de óbito).
Existem vários tipos de avaliação a que todo ser humano, conscientemente ou não, é submetido no decorrer da vida. A avaliação da aprendizagem, no entanto, é a que mais se sobressai por vir expressamente rotulada como “avaliação”.

A questão da avaliação da aprendizagem, embora discutida de forma pertinente por vários autores como Luckesi, Hoffmann, Vasconcellos entre outros, continua a ser mal-interpretada pela maioria dos professores no Sistema Educacional Brasileiro.
A verdadeira função da avaliação como instrumento de diagnóstico das necessidades do aluno e instrumento complementar da aprendizagem permanece desconhecida da maioria dos professores ou ignorada por exigir um pouco mais do professor.

Um dos principais aspectos a ser considerado pelos professores, com relação à avaliação da aprendizagem do aluno, é que, na realidade, essa avaliação se refere à do seu próprio desempenho como professor. Os alunos são, nesse contexto, os indicadores do seu sucesso ou do seu fracasso profissional.

Se a profissão do professor, amplamente reconhecida pela sociedade, baseia-se no ato de ensinar, no fato de propiciar condições para a aprendizagem, nas circunstâncias de utilizar todos os meios e recursos – emocionais, técnicos e tecnológicos, operacionais e suplementares – necessários para que a aprendizagem ocorra, só se pode considerar o professor um profissional competente a partir da constatação de que seus alunos aprenderam.

É importante que o professor reconheça que o melhor profissional da escola não é aquele que se vangloria de que “comigo só os melhores são aprovados”, e sim aquele com quem todos os alunos aprendem e obtêm condições de serem promovidos ao ano seguinte.

Avaliar não é tarefa fácil, porque avalia também o desempenho do professor. Mas como os professores aprenderam a avaliar seus alunos? O que lhes foi ensinado nos cursos de formação? A maioria conhece a classificação, tradicionalmente difundida, da avaliação da aprendizagem, baseada nas teorias de Bloom, a avaliação diagnóstica, a formativa e a somativa. Entre essas formas há vários instrumentos de avaliação. Quaisquer que sejam os instrumentos – prova, teste, redação, monografia, dramatização, exposição oral, arguição etc. – necessitam manifestar qualidade satisfatória como instrumento para ser utilizado na avaliação da aprendizagem escolar, sob pena de estarmos qualificando inadequadamente nossos educandos e, consequentemente, praticando injustiças.

Atualmente, vários teóricos, sugerem novas estratégias, novos processos, novos modelos e instrumentos, visando à democratização da educação e, principalmente, à efetiva aprendizagem do aluno, a exemplo de Demo (1999, apud QUERINO, 2005). DEMO) enfatiza, no entanto, que a avaliação não se esgota no ato da classificação do aluno, que “o problema crucial é saber fazer o aluno aprender”, a partir da identificação do problema, propiciada pela avaliação, “e sabendo dos problemas, saber intervir em favor da recuperação do aluno”.

Querino (2005) encontra no conceito de avaliação mediadora, defendido por Hoffmann, alternativas de solução para as situações anteriormente citadas e assim se expressa:

               Hoffmann (2004:75), ao definir a avaliação como mediadora, atribui ao professor a tarefa de
               mediação, ou seja, da intervenção dialógica ao longo do processo do ensino-aprendizagem e, em
               especial, diante de aprendizagens não efetivadas. Prega que se estabeleça uma visão construtivista
               do erro, não o execrando (às vezes até como forma de humilhação e menosprezo ao aluno) mas
               interpretando-o como tentativa de acerto, momento natural desse processo, utilizando-o como ponto
               de partida para redirecionar o pensamento do aluno: “Todas as respostas devem ser respeitadas
               desde que sejam coerentes ao princípio de máxima confiança nas possibilidades dos educandos”.

               Nesse contexto cabe ressaltar que a mudança de paradigma necessária corresponde, na realidade,
               em transferir a ênfase da avaliação formal para a avaliação essencial e em possibilitar ao professor
               tempo mais flexível para que possa exercer a mediação, após diagnosticar, por meio de instrumentos
               adequados, as necessidades dos alunos.

                                                                                                                                        Magda Querino

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