AVALIAÇÃO
DA APRENDIZAGEM
A avaliação consiste em processo integrante da vida das
pessoas, desde o nascimento até a morte. Avaliam-se as condições neonatais do
bebê; avaliam-se suas etapas de crescimento saudável durante a infância;
avalia-se o seu processo de aprendizagem ao longo da escolarização; avaliam-se
seus êxitos e fracassos ao longa da vida adulta, avalia-se seu processo de
envelhecimento e, por fim, avaliam-se as causas de sua morte (atestado de
óbito).
Existem vários tipos de avaliação a que todo ser humano,
conscientemente ou não, é submetido no decorrer da vida. A avaliação da
aprendizagem, no entanto, é a que mais se sobressai por vir expressamente
rotulada como “avaliação”.
A questão da avaliação da aprendizagem, embora discutida
de forma pertinente por vários autores como Luckesi, Hoffmann, Vasconcellos
entre outros, continua a ser mal-interpretada pela maioria dos professores no
Sistema Educacional Brasileiro.
A verdadeira função da avaliação como instrumento de
diagnóstico das necessidades do aluno e instrumento complementar da
aprendizagem permanece desconhecida da maioria dos professores ou ignorada por
exigir um pouco mais do professor.
Se a profissão do professor, amplamente reconhecida pela
sociedade, baseia-se no ato de ensinar, no fato de propiciar condições para a
aprendizagem, nas circunstâncias de utilizar todos os meios e recursos –
emocionais, técnicos e tecnológicos, operacionais e suplementares – necessários
para que a aprendizagem ocorra, só se pode considerar o professor um
profissional competente a partir da constatação de que seus alunos aprenderam.
É importante que o professor reconheça
que o melhor profissional da escola não é aquele que se vangloria de que
“comigo só os melhores são aprovados”, e sim aquele com quem todos os alunos
aprendem e obtêm condições de serem promovidos ao ano seguinte.
Avaliar não é tarefa fácil, porque
avalia também o desempenho do professor. Mas como os professores aprenderam a
avaliar seus alunos? O que lhes foi ensinado nos cursos de formação? A maioria
conhece a classificação, tradicionalmente difundida, da avaliação da
aprendizagem, baseada nas teorias de Bloom, a avaliação diagnóstica, a
formativa e a somativa. Entre essas formas há vários instrumentos de avaliação.
Quaisquer que sejam os instrumentos – prova, teste, redação, monografia,
dramatização, exposição oral, arguição etc. – necessitam manifestar qualidade
satisfatória como instrumento para ser utilizado na avaliação da aprendizagem
escolar, sob pena de estarmos qualificando inadequadamente nossos educandos e,
consequentemente, praticando injustiças.
Atualmente, vários teóricos, sugerem
novas estratégias, novos processos, novos modelos e instrumentos, visando à
democratização da educação e, principalmente, à efetiva aprendizagem do aluno,
a exemplo de Demo (1999, apud QUERINO, 2005). DEMO) enfatiza, no entanto, que a
avaliação não se esgota no ato da classificação do aluno, que “o problema
crucial é saber fazer o aluno aprender”, a partir da identificação do problema,
propiciada pela avaliação, “e sabendo dos problemas, saber intervir em favor da
recuperação do aluno”.
Querino (2005) encontra no conceito de
avaliação mediadora, defendido por Hoffmann, alternativas de solução para as
situações anteriormente citadas e assim se expressa:
Hoffmann (2004:75), ao definir a
avaliação como mediadora, atribui ao professor a tarefa de
mediação, ou seja, da intervenção dialógica ao longo do processo do ensino-aprendizagem e, em
especial, diante de aprendizagens não efetivadas. Prega que se estabeleça uma visão construtivista
do erro, não o execrando (às vezes até como forma de humilhação e menosprezo ao aluno) mas
interpretando-o como tentativa de acerto, momento natural desse processo, utilizando-o como ponto
de partida para redirecionar o pensamento do aluno: “Todas as respostas devem ser respeitadas
desde que sejam coerentes ao princípio de máxima confiança nas possibilidades dos educandos”.
mediação, ou seja, da intervenção dialógica ao longo do processo do ensino-aprendizagem e, em
especial, diante de aprendizagens não efetivadas. Prega que se estabeleça uma visão construtivista
do erro, não o execrando (às vezes até como forma de humilhação e menosprezo ao aluno) mas
interpretando-o como tentativa de acerto, momento natural desse processo, utilizando-o como ponto
de partida para redirecionar o pensamento do aluno: “Todas as respostas devem ser respeitadas
desde que sejam coerentes ao princípio de máxima confiança nas possibilidades dos educandos”.
Nesse contexto cabe ressaltar que a
mudança de paradigma necessária corresponde, na realidade,
em transferir a ênfase da avaliação formal para a avaliação essencial e em possibilitar ao professor
tempo mais flexível para que possa exercer a mediação, após diagnosticar, por meio de instrumentos
adequados, as necessidades dos alunos.
em transferir a ênfase da avaliação formal para a avaliação essencial e em possibilitar ao professor
tempo mais flexível para que possa exercer a mediação, após diagnosticar, por meio de instrumentos
adequados, as necessidades dos alunos.
Magda
Querino
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