quinta-feira, 3 de julho de 2014

É Vero! #46 - Medo de quê?




Não importa a idade. Quem não se lembra de, um dia na vida, ter sentido medo. Também não importa o tipo de medo. 

Os primeiros medos (conscientes) acho que eram do bicho papão. Depois dos pesadelos e de dormir sozinho. As penumbras noturnas, principalmente em noites de luar, quando a brisa soprava, balançando as roupas nos varais ou os galhos das arvores; os animais perambulando, os insetos zunindo em espirais, e as sombras que passavam pelas frestas das janelas se transformando em seres absurdos – tudo era motivo de medo!. Se acordava no meio da noite, não dormia mais, tentando se esconder entre sons e sombras noturnas... 



Afundando devagarinho nas cobertas e quase não respirando para não incomodar as assombrações. As mãos e pés gelados, o peito em chamas tentando segurar os pulos de um coração assustado. 

E quantos de nós não sentimos, ainda hoje, estas mesmas reações de pavor frente a uma situação inusitada? Principalmente quando sabemos que pessoas podem julgar-nos, ou que podemos dar um passo que nos levará ao desconhecido?

Enfim, se o homem (também o animal) não tivesse medo, certamente não teríamos alcançado a evolução da espécie. 

É compreensível e saudável para a preservação da espécie, o medo que o faz fugir ou proteger-se de predadores e perigos eminentes. 

O que não podemos é alimentar o medo infundado, doentio de coisas comuns como andar de escada rolante, subir ou descer de elevador, perceber a proximidade de um inseto, olhar para baixo em lugares altos...


Quando esses medos se tornam inexplicáveis, irracionais, paralisantes até, podem se tornar uma fobia. E aí sim, não é saudável nem leva a lugar nenhum. 


A ansiedade que vivemos nos dias atuais faz-nos perder o sono, suar frio, secar a boca, e, inconscientemente,  leva-nos a emoções que confundimos com medo, apreensão, insegurança ou angústia que podem atrapalhar nossos planos de vida. 

E sabemos que o medo não pode impedir nossas rotinas. Alguns casos podem ser extremos e necessitam de ajuda de profissionais para aliviar o strees das horas difíceis.  Outros, com absoluto controle, podemos contornar com exercícios respiratórios e relaxamento. 


A respiração lenta e controlada, tranquiliza o cérebro, normaliza os batimentos cardíacos e relaxa os músculos, levando-nos a refletir sobre a possível banalidade do momento e dando-nos determinação para enfrentá-los.
A fobia irracional, de algo específico, não necessariamente perigosa, pode levar a pessoa a tremores, taquicardia e até mesmo a vômitos ou desmaios. Hoje é uma doença reconhecida pela OMS e que tem terapia específica para ela, independente de como foi adquirida ou de como a pessoa se sente ameaçada...

A fobia pode ter infinitos focos, sendo os principais direcionados a animais, saúde e situações ambientais, físicas ou sociais 

E cada uma tem um nome apropriado. Podemos citar dezenas delas, por curiosas que são ou por serem mais comuns.
Agorafobia –medo de lugares abertos e públicos, de multidão, medo de andar nas ruas, andar de transporte público, sair sozinho de casa etc. 

• Acrofobia – mesmo que larofobia ou hipsifobia, é o medo de altura. A pessoa pode morar em edifício alto, mas teme olhar em volta, ou não ter como sair dele, principalmente quando em lugares desconhecidos.

• Aerocrofobia – medo de lugares altos, amplos e abertos.

Aerofobia – medo de voar, de ventos, engolir ou aspirar substâncias perigosas.

Abissofobia – medo de abismos e precipícios.

Androfobia ou hominofobia – medo de homens.

Antropofobia – medo de pessoas ou da sociedade.

Apifobia – medo de abelhas.

Aracnofobia – medo de aranhas.

Astrofobia, brontofobia – medo de trovões e relâmpagos.

Batracofobia – medo de batráquios ou anfíbios. 

Catoptrofobia – medo de espelhos.

Catsaridafobia,  – medo de baratas.

Cinofobia – medo de cães.

Coitofobia, ninfofobia, sexofobia – aversão ou medo de sexo ou do sexo oposto.

Claustrofobia – medo de lugares fechados, espaços pequenos ou confinamento. 

Cleptofobia – medo de ser roubado.
Climacofobia – medo de subir ou descer degraus ou escadas.
 
Coulrofobia – medo de palhaços.

Electrofobia – medo de eletricidade.

Eleuterofobia – medo da liberdade.

Equinofobia – medo de cavalos.

Ergofobia – medo do trabalho.

Escotofobia – medo do escuro.

Espectrofobia – medo de fantasmas ou espelhos.

Felinofobia, gatofobia ou ailurofobia – medo de gatos.

Filemafobia – medo de beijar.


Fobia social – medo de ser negativamente avaliado por outras pessoas ou socialmente.

Fotofobia – medo ou intolerância à luz.

Gerascofobia – medo de envelhecer.

Gerontofobia – medo de pessoas idosas.

Ginofobia, ginecofobia – medo de mulheres.

Hemofobia, hematofobia – medo de sangue.

Heterofobia – medo do sexo oposto ou da heterossexualidade.

Hidrofobia – medo de água.

Hipnofobia – medo de dormir ou de ser hipnotizado.

Insectofobia – medo de insetos.

Isolofobia, autofobia ou monofobia – medo de ficar sozinho, isolado ou solitário.

Lalofobia – medo de falar em público.

Megalofobia – medo de coisas grandes.

Microfobia – medo de coisas pequenas.

Mirmecofobia – medo de formigas.
Misofobia – medo de germes, sujeira ou contaminação.

Musofobia ou murofobia – medo incontrolável de ratos ou camundongos. 

Necrofobia, tanatofobia - medo de morte ou coisas mortas
Noctifobia- medo da noite.

Nomofobia – medo de ficar sem o telefone celular. Principalmente as pessoas mais jovens, usuárias de celulares com infinitas funções, que o consideram indispensáveis em qualquer ocasião. Estar sem ele é o mesmo que faltar um pedaço de si.


Ornitofobia – medo de pássaros, galinhas ou aves em geral.

Obesofobia – medo de ganhar peso.

Ofidiofobia – medo de cobras.

Pedofobia – medo de crianças.

Penterofobia – medo de sogra. 

Pirofobia – medo de fogo.

Selenofobia – medo da lua.

Siderofobia – medo das estrelas.

Sociofobia – medo das pessoas e da sociedade em geral.

Talassofobia – medo do mar.

Xenofobia – medo de pessoas estranhas ou estrangeiros.

Zoofobia -  medo de animais.

Paralelamente às fobias, existem outros transtornos inconvenientes que interferem e até mesmo atrapalham a rotina das pessoas, como o TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo, que é a mania que a pessoa tem de fazer determinadas coisas repetitivamente., como que para aliviar a ansiedade. Por exemplo, lavar as mãos repetidas vezes, verificar se apagou as luzes ou trancou a porta exaustivamente antes de dormir.

Também a Síndrome do Pânico, que é qualquer fobia levada ao extremo, causando até mesmo, desorganizações físicas ou mentais.. 
 
É preciso reconhecer o limite razoável e saber o momento de procurar ajuda médica, como a psicoterapia, por exemplo. As pessoas próximas podem ajudar, jamais considerando frescura ou histerismo, evitando provocar situações estressantes ou incentivando a vencer o medo aparente.

Os medos precisam ser diagnosticados se interferirem na rotina, prejudicando a vida social ou profissional de alguém,  transformando-se em síndromes de pânicos.

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