Não
importa a idade. Quem não se lembra de, um dia na vida, ter sentido medo.
Também não importa o tipo de medo.
Os
primeiros medos (conscientes) acho que eram do bicho papão. Depois dos
pesadelos e de dormir sozinho. As penumbras noturnas, principalmente em noites
de luar, quando a brisa soprava, balançando as roupas nos varais ou os galhos
das arvores; os animais perambulando, os insetos zunindo em espirais, e as
sombras que passavam pelas frestas das janelas se transformando em seres
absurdos – tudo era motivo de medo!. Se acordava no meio da noite, não dormia
mais, tentando se esconder entre sons e sombras noturnas...
Afundando devagarinho
nas cobertas e quase não respirando para não incomodar as assombrações. As mãos
e pés gelados, o peito em chamas tentando segurar os pulos de um coração
assustado.
E
quantos de nós não sentimos, ainda hoje, estas mesmas reações de pavor frente a
uma situação inusitada? Principalmente quando sabemos que pessoas podem
julgar-nos, ou que podemos dar um passo que nos levará ao desconhecido?
Enfim,
se o homem (também o animal) não tivesse medo, certamente não teríamos
alcançado a evolução da espécie.
É
compreensível e saudável para a preservação da espécie, o medo que o faz fugir ou
proteger-se de predadores e perigos eminentes.
O que
não podemos é alimentar o medo infundado, doentio de coisas comuns como andar
de escada rolante, subir ou descer de elevador, perceber a proximidade de um
inseto, olhar para baixo em lugares altos...
Quando esses
medos se tornam inexplicáveis, irracionais, paralisantes até, podem se tornar
uma fobia. E aí sim, não é saudável nem leva a lugar nenhum.
A
ansiedade que vivemos nos dias atuais faz-nos perder o sono, suar frio, secar a
boca, e, inconscientemente, leva-nos a
emoções que confundimos com medo, apreensão, insegurança ou angústia que podem
atrapalhar nossos planos de vida.
E
sabemos que o medo não pode impedir nossas rotinas. Alguns casos podem ser
extremos e necessitam de ajuda de profissionais para aliviar o strees das horas
difíceis. Outros, com absoluto controle,
podemos contornar com exercícios respiratórios e relaxamento.
A
respiração lenta e controlada, tranquiliza o cérebro, normaliza os batimentos
cardíacos e relaxa os músculos, levando-nos a refletir sobre a possível banalidade
do momento e dando-nos determinação para enfrentá-los.
A fobia
irracional, de algo específico, não necessariamente perigosa, pode levar a
pessoa a tremores, taquicardia e até mesmo a vômitos ou desmaios. Hoje é uma
doença reconhecida pela OMS e que tem terapia específica para ela, independente
de como foi adquirida ou de como a pessoa se sente ameaçada...
A fobia
pode ter infinitos focos, sendo os principais direcionados a animais, saúde e situações
ambientais, físicas ou sociais
E cada
uma tem um nome apropriado. Podemos citar dezenas delas, por curiosas que são
ou por serem mais comuns.
Agorafobia
–medo de lugares abertos e públicos, de multidão, medo de andar nas ruas, andar
de transporte público, sair sozinho de casa etc.
• Acrofobia
– mesmo que larofobia ou hipsifobia, é o medo de altura. A pessoa pode morar em
edifício alto, mas teme olhar em volta, ou não ter como sair dele,
principalmente quando em lugares desconhecidos.
• Aerocrofobia
– medo de lugares altos, amplos e abertos.
• Aerofobia
– medo de voar, de ventos, engolir ou aspirar substâncias perigosas.
• Abissofobia
– medo de abismos e precipícios.
• Antropofobia
– medo de pessoas ou da sociedade.
• Apifobia
– medo de abelhas.
• Aracnofobia – medo de aranhas.
• Astrofobia,
brontofobia – medo de trovões e relâmpagos.
• Batracofobia
– medo de batráquios ou anfíbios.
• Catoptrofobia
– medo de espelhos.
• Catsaridafobia,
– medo de baratas.
• Cinofobia
– medo de cães.
• Coitofobia,
ninfofobia, sexofobia – aversão ou medo de sexo ou do sexo oposto.
• Claustrofobia
– medo de lugares fechados, espaços pequenos ou confinamento.
• Cleptofobia
– medo de ser roubado.
• Climacofobia
– medo de subir ou descer degraus ou escadas.
• Electrofobia
– medo de eletricidade.
• Eleuterofobia
– medo da liberdade.
• Equinofobia
– medo de cavalos.
• Ergofobia
– medo do trabalho.
• Escotofobia
– medo do escuro.
• Espectrofobia
– medo de fantasmas ou espelhos.
• Felinofobia, gatofobia ou ailurofobia – medo de gatos.
• Filemafobia
– medo de beijar.
• Fobia
social – medo de ser negativamente avaliado por outras pessoas ou socialmente.
• Gerascofobia
– medo de envelhecer.
• Gerontofobia
– medo de pessoas idosas.
• Ginofobia,
ginecofobia – medo de mulheres.
• Hemofobia,
hematofobia – medo de sangue.
• Hidrofobia
– medo de água.
• Hipnofobia
– medo de dormir ou de ser hipnotizado.
• Insectofobia
– medo de insetos.
• Isolofobia,
autofobia ou monofobia – medo de ficar sozinho, isolado ou solitário.
• Lalofobia
– medo de falar em público.
• Megalofobia
– medo de coisas grandes.
• Microfobia
– medo de coisas pequenas.
• Mirmecofobia
– medo de formigas.
• Misofobia
– medo de germes, sujeira ou contaminação.
• Musofobia
ou murofobia – medo incontrolável de ratos ou camundongos.
• Necrofobia,
tanatofobia - medo de morte ou coisas mortas
• Noctifobia-
medo da noite.
• Nomofobia
– medo de ficar sem o telefone celular. Principalmente as pessoas mais jovens,
usuárias de celulares com infinitas funções, que o consideram indispensáveis em
qualquer ocasião. Estar sem ele é o mesmo que faltar um pedaço de si.
• Ornitofobia
– medo de pássaros, galinhas ou aves em geral.
• Obesofobia
– medo de ganhar peso.
• Ofidiofobia
– medo de cobras.
• Penterofobia
– medo de sogra.
• Pirofobia
– medo de fogo.
• Selenofobia
– medo da lua.
• Siderofobia
– medo das estrelas.
• Sociofobia
– medo das pessoas e da sociedade em geral.
• Talassofobia
– medo do mar.
• Xenofobia
– medo de pessoas estranhas ou estrangeiros.
• Zoofobia
- medo de animais.
Paralelamente
às fobias, existem outros transtornos inconvenientes que interferem e até mesmo
atrapalham a rotina das pessoas, como o TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo,
que é a mania que a pessoa tem de fazer determinadas coisas repetitivamente.,
como que para aliviar a ansiedade. Por exemplo, lavar as mãos repetidas vezes,
verificar se apagou as luzes ou trancou a porta exaustivamente antes de dormir.
Também
a Síndrome do Pânico, que é qualquer fobia levada ao extremo, causando até
mesmo, desorganizações físicas ou mentais..
É
preciso reconhecer o limite razoável e saber o momento de procurar ajuda médica,
como a psicoterapia, por exemplo. As pessoas próximas podem ajudar, jamais
considerando frescura ou histerismo, evitando provocar situações estressantes
ou incentivando a vencer o medo aparente.
Os
medos precisam ser diagnosticados se interferirem na rotina, prejudicando a
vida social ou profissional de alguém,
transformando-se em síndromes de pânicos.
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