Houve um tempo, nas cidades grandes ou pequenas, em que era bem comum as famílias comerem de marmita.
Passei minha infância em cidade pequena onde só uma pequena pensão fornecia marmitas familiares. Eu achava muito chic quem podia comer de marmita todos os dias e sonhava em carregar uma bem brilhante e lustrosa pelas ruas da cidade!
Por outro lado, convivi também com os trabalhadores, rurais ou não, que todos os dias acordavam de madrugada, para o trabalho, carregando uma pequena marmita junto a uma colher, enrolada num pano de prato, dentro de um, quase sempre, encardido embornal.
Enfim, marmitas não têm classe social. Acho que desde sempre existiram. Mas apesar de garantir uma alimentação saudável, era desprezada por quem não precisava dela.
Tanto o pequeno e saudável lanche escolar que, com a chegada das
lanchonetes nas escolas, foi desprezado quanto a marmita diária foi desprezada com a proliferação dos fast foods e pfs em qualquer esquina. E com as marmitas ligadas a trabalhadores de baixa renda, até mesmo as crianças deixaram de levar suas lancheiras para a escola, para comprar lanches industrializados.
Hoje, com maior conhecimento e valorização da alimentação saudável, vemos finalmente a redenção na volta das marmitas ricas em vitaminas, fibras, minerais, tanto pela manutenção da saúde quanto do peso ideal de dietas balanceadas e individuais!
Tornou-se chic levar marmita, para complementar uma dieta salutar ao longo do dia. Além de vir ao encontro das necessidades especiais de cada um, ainda tem o fator monetário pesando a favor e o não desperdício, já que dificilmente os olhos são maiores que a barriga... quero dizer: que as vasilhas!
Além do quê, os especialistas em nutrição e alimentação recomendam o uso das pequenas quando recheadas de saúde!
As matérias-primas para a confecção das vasilhas usadas devem ser também observadas, assim como os meios de conservação e aquecimento são bem oportunos – fornos micro-ondas, embalagens térmicas, plásticos apropriados, vidros refratários, tampas herméticas; tudo substituindo o perigoso alumínio e o banho-maria.
Chega a ser difícil escolher o melhor modelo entre os potes e as embalagens para carregar nossos alimentos, tanta a oferta nas lojas especializadas.
Mas podemos dar algumas sugestões.
- Prefira as vasilhas de vidro temperado, com tampas herméticas que podem ser aquecidas em alta temperatura e próprias para micro-ondas
- Se escolher as vasilhas de plásticos, prefira as livres do bisfemol A, próprias para alimentos. (É Vero #5)
- Verifique se as vasilhas de plásticos podem ser aquecidas. Algumas, com Bisfemol A, liberam substâncias tóxicas nos alimentos e outras impróprias podem derreter ou deformar.
- Não reaproveite as vasilhas de plásticos descartáveis para aquecer nada no micro-ondas nem em banho-maria.
- Deixe as vasilhas em plásticos (mesmo as próprias) para levar alimentos frios, não gordurosos, nem muito temperado e que não necessitem aquecimento. Elas deformam, acumulam odores e manchas difíceis de eliminar.
- Se usar plásticos, troque-os regularmente para evitar aromas e deformações que podem contaminar os alimentos.
- Use as marmitas de alumínio somente em banho-maria ou forno convencional e não monte com muita antecedência.
- Sempre que aquecer no micro-ondas, libere levemente a tampa antes de fazê-lo, mas nunca a tire por completo, ou use tampa própria para tal
- Não prepare a marmita com refeição guardada há mais de 2 dias.
- Não a deixe fora da geladeira por mais de 2 horas e conserve-a na geladeira ou numa bolsa térmica até a hora de aquecer.
- De plástico ou de vidro refratário, lave suas vasilhas logo que desocupá-las; não resseca, facilitando a lavagem, nem deixa marcas.
- Uma bolsa térmica, além de prática pode ser muito charmosa e acomodar muito bem lanches, frutas, talheres e demais, mantendo-os saudáveis e protegidos por mais tempo.
Considerando a parte material do transporte, a importância maior deve ser a qualidade do que transportar.
Pensando na sustentabilidade, no nosso tempo disponível e em nossas contas fazer um jantar já pensando em separar a porção do almoço seguinte é uma excelente opção. Do mesmo modo, pode sobrar uma porção pequena, não suficiente para outra refeição completa que, ao invés de ir para o lixo, pode ir direto para uma bela marmitinha completada com uma colorida salada!
Também se for a um restaurante e perceber que a porção do seu prato é demais para a sua medida, não se acanhe e peça logo para separar uma parte para uma embalagem de viagem, que poderá servir para o farnel do dia seguinte! Mas fuja sempre das comidas preparadas e compradas fora, que nunca sabemos como são feitas: óleos muito usados, carnes mal conservadas, falta de higiene durante o preparo, ou as industrializadas e congeladas com sódio, temperos e conservantes além do necessário etc.
Os alimentos preparados podem ser consumidos ao natural, conservados em embalagens térmicas ou aquecidos. Assim, devemos pensar em detalhes que fazem a diferença na hora do consumo.
- Preparar um alimento que possa ser consumido no dia seguinte, requentado ou não, com a mesma qualidade que o novo.
- Colocar em nossa marmita aquilo que, além de recomendado, gostamos de comer.
- Observar os itens indispensáveis em nossa dieta particular: menos sal (repare nas tabelas dos alimentos industrializados a porcentagem de sódio contida em apenas uma porção), mais fibras, menos gordura, açúcar na dose exata etc.
- Evitar preparos com leite e derivados, molhos que estragam facilmente ou temperos que se potencializam com o passar das horas, alterando o sabor do alimento .
- Fazer o branqueamento de verduras e legumes, congelando em pequenas porções que possam ser consumidas apenas após o aquecimento, com um fio de azeite e algum tempero.
- Compor a refeição com alimentos variados contendo porções equilibradas de carboidratos (arroz, massas e amidos), de leguminosos ( feijão, ervilha, grão de bico), de proteína ( carnes brancas, vermelhas, ovos) preferivelmente cozida, grelhada ou assada, e saladas e legumes variados (folhas, rizomas, raízes, flores, frutos, quanto mais coloridos, melhor). Se o formato ou tamanho do recipiente o faz perder a medida, monte num prato e passe para a vasilha para avaliar o tamanho da porção ideal.
- Evitar sempre frituras (além de não serem saudáveis, alteram a textura em pouco tempo), alimentos gordurosos ou muito molho (na mesma vasilha, interfere em tudo).
- Aproveitar sua escolha individual e equilibrá-la de acordo com uma dieta ideal para você.
- Montar os alimentos crus ou frios em vasilha separada das que serão aquecidas e na medida certa do seu consumo .
- Levar separado o tempero para a salada (tempere só na hora) e frutas frescas ou iogurtes para a sobremesa ou para lanches intermediários.
- Comprar as verduras e já higienizar e secar tudo, guardando em porções balanceadas e coloridas com alguns legumes, em vidros herméticos que podem durar toda a semana. Assim você tem uma criativa salada por dia, e na hora é só temperar. Ver <http://pigmentof.com/2013/09/09/dica-desembucha-salada-de-vidro/>.
Enfim, tenha o nome que tiver essas embalagens para os lanches, por meio delas exercitamos a sustentabilidade, a economia, o respeito à nossa saúde, ao meio ambiente além de darmos bons exemplos às nossas crianças com uma alimentação saudável sem os famigerados lanchinhos repletos de gorduras trans.
Marmita, uma escolha segura, saudável e econômica.
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