Mulher, obra-prima da
criação
Antonio de Souza Matos
Conforme o relato bíblico no livro de
Gênesis, cujo significado é origem, Eva, a primeira mulher, foi criada da
costela de Adão. Interpretando essa
passagem, Agostinho, filósofo e teólogo de Hipona, que viveu entre os anos 354
e 430 da era cristã, disse o seguinte: “Deus não tirou a mulher da cabeça do
homem, para que não fosse superior a ele, não a tirou dos seus pés, para que
não fosse inferior a ele, mas tirou-a do seu lado, de perto do seu coração,
para que fosse amada e protegida por ele”.
As mulheres não foram criadas para ser um
simples objeto de prazer sexual, conforme a mídia insinua, tampouco escravas
dos homens – cujo direito é apenas obedecer. Foram moldadas pelas mãos do
Criador para ser auxiliadoras competentes. Foram forjadas, conforme disse o
grande teólogo do cristianismo, para ser amadas e protegidas. Em outras palavras, foram criadas para ser
tratadas com respeito, honra e dignidade.
Mas, em pleno século 21, muitas mulheres ainda
sofrem vários tipos de discriminação. Muitas são submetidas diariamente a
tratamento desumano por parte de seus próprios cônjuges ou até mesmo de filhos.
Muitas recebem metade ou menos da metade do que ganham os homens, apesar de
exercerem a mesmíssima função.
Graças à força, à coragem e à bravura das
mulheres, sem deixar de reconhecer a intervenção divina no curso da História,
elas conseguiram obter várias conquistas sociais. Hoje há mulheres ocupando
cargos importantes em várias partes do mundo, como é o caso da presidente Dilma
Roussef, da governadora Suely Campos e da prefeita Teresa Surita, entre outras.
Mas, para que chegássemos a esse contexto, muita
água rolou debaixo da ponte. Mulheres pagaram um alto preço, por exemplo,
aquelas 130 tecelãs que morreram carbonizadas numa fábrica da cidade de Nova
Iorque, nos Estados Unidos, em 8 de março de 1857, por reivindicar redução da
jornada de trabalho e equiparação salarial, além de condições dignas para o
exercício de suas atividades laborais.
A inclusão do Dia Internacional da Mulher no
calendário anual, ocorrida em 1910, na Dinamarca, e homologada em 1975 pela
ONU, é o mínimo que o mundo poderia fazer para dizer o quanto as mulheres significam
e representam.
Embora a primeira mulher tenha saído das
entranhas de um homem, todos os homens, sem exceção, de lá para cá, saem do
ventre de uma delas. Se refletirmos bem, ao fazermos a análise da mesma
passagem bíblica que fala da criação da mulher, como fez Agostinho no final do
século terceiro e início do século quarto, chegaremos à conclusão de que Deus
reservou o melhor da criação para o final. Podemos compará-lo a um pintor que
dá o último retoque em sua obra, o acabamento, para torná-la mais valiosa.
As mulheres, embora vistas por muitos como um simples objeto, na verdade, merecem todo o respeito
e a admiração não somente no Dia Internacional da Mulher, mas também durante os
365 dias de cada ano.
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