Como dissemos no É Vero #38, o assunto mitos domésticos é extenso, curioso e sempre instigante. Continuamos hoje com mais alguns. Dê sua opinião ou envie sua dúvida, para pesquisarmos juntos, a veracidade dos ditos conhecimentos.
Macarrão – Não dê banho frio depois de cozido, a menos se for usado para fazer outro preparo como rechear, reservar ou temperar para salada. Para não empapar e deixá-lo ao dente, como manda a boa receita, cozinhe-o na quantidade indicada de água (1 litro para cada 100g de massa) já salgada, no tempo certo recomendado na embalagem e em panela grande, mexendo no início para não grudar. Escorra imediatamente terminado o cozimento e espalhe um bom fio de azeite sobre ele. Não coloque óleo na água, faz com que o molho a ser colocado escorregue todo para o fundo do recipiente.
Manteiga ou margarina – Parte da dieta matinal dos
brasileiros: café com leite e pão com
manteiga são indispensáveis! Dizemos manteiga por força cultural, quando
chamamos de manteiga a margarina e até mesmo a banha de porco! A manteiga, de
origem animal, é obtida através da emulsão mecânica do creme (nata) do leite, sendo
rica em gordura saturada. A margarina vem de vegetais intensamente
industrializados com auxílio de produtos químicos que se tornam pastosos, com
sabor e aparência da manteiga, sendo rica em gordura trans (hidrogenada) ou
outras que aumentam os níveis da glicose ou do colesterol ruim. Médicos e
nutricionistas se alternam na preferência, mas nenhuma faz bem e devem ser
diminuídas em seu consumo. Por afetar principalmente problemas relativos a
colesterol, sabendo balancear as refeições cotidianas, controlando a ingestão
de outros alimentos que propiciam o HDL (colesterol bom) ou LDL (colesterol
ruim), pode-se manter um consumo mínimo razoável, sem prejudicar a saúde. Ainda
assim, prefira a manteiga que possui ômega 6, combate o mau colesterol e o alto
nível de glicose no sangue, além de ser natural e auxiliar na absorção de
nutrientes importantes. Na culinária, se tiver que aquecer a manteiga, faça-o
em fogo baixo, em banho-maria ou misture-a a um pouco de óleo vegetal para não
queimar. Não a use pura em frituras, para não ficar com aparência de queimada.
Na mesa ou nas panelas, uma ou outra, use-a sempre com moderação.
Micro-ondas – Embalagens descartáveis de
alumínio podem ir para o micro-ondas? Nos aparelhos mais antigos do século
passado, é melhor não usar, mas os novos já estão aptos a receberem essas
embalagens com segurança. Basta que se obedeça alguns procedimentos da maneira
correta, para descongelar ou aquecer, tanto em embalagens quanto em papel de
alumínio. Veja o link: <http://www.escolhaaluminio.com.br/al_microondas.htm>. E vasilhas de plásticos? A maioria
dos plásticos leva em sua composição uma substância química chamada Bisfemol A
(BPA) que, quando aquecida libera substâncias nocivas à saúde no alimento aquecido. Outros plásticos não
suportam a elevação da temperatura, derretendo, agregando ou liberando odores
inoportunos (É Vero #5). Os plásticos próprios para uso no micro-ondas devem
ter algum símbolo que o identifica como tal (figuras ao lado). De qualquer
maneira, não o utilize em longos preparos (principalmente o isopor), preferindo
fazê-lo apenas para descongelar. Veja
detalhes aqui <http://raiosinfravermelhos.blogspot.com.br/2014/02/usar-plasticos-no-micro-ondas-perigo-ou.html>
Já os vidros em geral, sabemos desde sempre que não suportam altas temperaturas
ou choques térmicos – podem se partir. Portanto use somente vidros, porcelana
ou cerâmicas refratárias, também com o símbolo próprio para uso em micro-ondas
(pode vir em etiqueta separada). Mesmo sendo o material mais apropriado para
preparos diversos no micro-ondas, os refratários devem ser manuseados com
cautela ao retirá-los do forno do micro-ondas, evitando choque térmico ou
queimaduras. Para limpar, não use nunca objetos abrasivos ou pontiagudos que
possam destruir a pintura que o protege. Sempre o seque bem, não permitindo
nenhum ponto de ferrugem. O seu próprio metal exposto pode causar faíscas
perigosas. Aparelhos novos e bem cuidados são a garantia de praticidade nos seus
preparos e segurança alimentar – o micro-ondas simplesmente fornecem calor ao
alimento, não os contaminam nem roubam nutrientes. Veja mais em:<http://www.tecmundo.com.br/eletrodomesticos/10978-mitos-e-verdades-sobre-o-micro-ondas.htm#ixzz2xYT2lmwG>
Pepino – Não misturar pepino com
bebida alcoólica nem ingeri-lo no jantar para não ter uma bela indigestão. Pena
de quem pensa assim – é um legume refrescante, leve e de grande versatilidade
na nossa geladeira – tanto na alimentação quanto como auxiliar estético ou
dermatológico. Contém muita água, fibras e pouquíssimas calorias. Dependendo do
organismo de cada um, ele pode ter a digestão mais ou menos lenta. As pessoas
podem se equivocar, culpando sua casca, que, ao contrário, é rica em enzimas
digestivas. Se perceber este desconforto, experimente mudar a maneira de
consumir. Um antigo ensinamento para tirar o “veneninho” do pepino antes de
prepará-lo: lave e corte as pontas do pepino friccionando-os em círculos sobre
o mesmo até formar uma pequena e densa espuminha (dizem que resolve o problema
com a indigestão). Faça nos dois lados e só depois processe-o para sua receita.
Se não experimentar, nunca vai saber...
Ovos – A maioria das geladeiras
apresenta o dispositivo para a guarda dos ovos na porta erradamente. O
constante abrir e fechar da porta altera a temperatura, deixando-os mais
vulneráveis à rápida deterioração. Guarde-os no corpo e na parte média para
superior da geladeira, em recipiente fechado. Melhor tirar da embalagem que
veio do mercado para evitar contaminação cruzada com alimentos já processados,
mas não os lave para guardar. Sua casca possui microporos ou rachaduras que
absorvem micro-organismos transportados para seu interior com a água. Ora tido
como saudável, ora como alimento prejudicial, hoje está redimido de todo o mal
já lhe imposto. Pessoas saudáveis podem consumir, sim, um ovo diário sem
prejudicar a saúde nem alterar o colesterol, desde que não o façam em conjunto
com outras ingestões que propiciem o mau colesterol. Inteiro é uma excelente
fonte de nutrientes e proteínas e sua clara, riquíssima em albumina, não tem
gordura e ajuda na recuperação dos músculos. Para descascá-los melhor depois de cozidos, dê-lhes um choque térmico,
esfriando-os imediatamente ao tirar do fogo. Ele se contrai com o frio e
desgruda da pele, facilitando a tarefa. Para saber se está bem fresco, mergulhe-o num copo com água
ligeiramente salgada. Se ficar no fundo, estará bem fresco; se ficar boiando,
estará impróprio para o consumo. No meio – cuidado! Use-os de preferência na
temperatura ambiente, tirando-os da geladeira alguns minutos antes do uso. Assim,
eles não se quebram na hora de cozinhar, rendem mais ao bater as claras em
neve, agregam melhor outros ingredientes e não espirram ao fritar.
Oxidação – Algumas frutas, verduras
e mesmo alguns legumes ficam escurecidos depois de cortados com faca. Suas células
se rompem liberando enzimas que favorecem a oxidação, principalmente quando a
faca não é de aço inoxidável e o alimento fica exposto ao ar livre. Para evitar,
podemos cortá-los sob a água e mergulhá-los numa solução ácida (com suco de
limão, laranja, vitamina C, ácido ascórbico), interrompendo o processo de
oxidação por algumas horas. Mas o melhor mesmo é descascar, picar ou fatiar
tudo poucos minutos antes de servir, aproveitando todo o seu frescor.
Recongelamento – Se a carne é descongelada
corretamente, bem embalada, dentro da geladeira durante o tempo indicado, ela
volta a ter as características de carne fresca, suculenta e rosada, podendo ser
recongelada. Mas não a recongele se estiver crua ou só temperada, pode alterar
seu sabor e textura. Se for descongelada rapidamente, no micro-ondas ou fora da
geladeira, é melhor usá-la toda e congelar as sobras já preparadas. O mesmo
vale para outras carnes. Frutas, folhas, legumes ou alimentos preparados não
perdem nutrientes no processo de congelamento, mas têm um prazo máximo de
validade no freezer e não devem ser recongelados. O ideal é congelar em
pequenas porções: melhor tirar várias pequenas porções do que uma gigante e ter
que recongelar o excesso.
Sal – O sal na água não encurta o tempo
de cozimento, apenas se dissolve mais fácil para cozimentos especiais: polenta,
macarrão etc. A água ferve a 100°C (ao nível do mar) e o que a faz atingir mais
rapidamente essa temperatura é a relação quantidade de água, tamanho e formato
do recipiente. Por outro lado, o sal grosso, para dissolver, absorve o calor da
água, ajudando a mantê-la gelada, gelando mais rápido e conservando gelada por
mais tempo a bebida submersa nessa mistura de gelo e cristais de sal.
Imprescindível ao organismo humano, os sais são muito usados tanto na
cosmetologia quanto na farmacologia e sua falta nos prejudica tanto quanto seu
excesso. O sal grosso é poderoso: seus cristais emitem ondas aletromagnéticas
que purificam ambientes, afastam mau olhados e energias ruins. Copos de água
com sal grosso nos cantos da casa deixam-na mais leve (troque quando formar
bolhas). Em banhos do pescoço para baixo, renovam as boas energias (por isso é
tão bom banho de mar). Em escalda-pés mornos, descansa, relaxa, desintoxica e
neutraliza as energias corporais. Suas propriedades desidratantes conservam
alimentos por torná-los mais secos (bacalhau, camarão, carne seca, alcaparras),
mas, no organismo humano, ele atrai as moléculas de água, retém líquidos (faz
com que bebamos mais água) que vão para o sangue, elevando a pressão sanguínea,
causando inchaço, ganho de peso e sobrecarregando os rins, causando ainda, males
maiores. Na culinária, vale ferver batatas ou miolo de pão duro junto com
alimento muito salgado, para absorver parte do sal. Reduzindo o consumo de
alimentos com sal acima do indicado(adulto de 4 a 6 gramas de sal por dia),
substituindo-o por ervas, condimentos e especiarias (É Vero #32 e #34) ,
certamente terá maior bem estar por muito tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário