O segundo maior
bioma brasileiro, já ocupou um quarto do território brasileiro, hoje ocupa
cerca de 20% do total. Embora seja considerado o maior laboratório de gene do
mundo, é hoje o bioma mais ameaçado do Brasil.
E não é por
falta de relevância, pois o bioma é reconhecido como o berço das águas no
Brasil. Nele nascem as bacias do Araguaia/Tocantins, bacia do São Francisco e a
do Paraná/Paraguai cujas águas abastecem
milhões de habitantes.
O Cerrado
brasileiro abrange o Distrito Federal e 13 estados, está presente em cerca de
25% dos municípios no país, detém 5% da biodiversidade do planeta e apresenta a
maior diversidade biológica entre as savanas mundiais. Seu bioma possui vegetação extremamente rica e
variada e muitas espécies da nossa flora e da nossa fauna não existem em
qualquer outro local do mundo. Somente a metade da vegetação nativa sobrevive.
Sua área está muito ligada ao agronegócio, que vê o cerrado como área natural
de expansão da atividade agrícola e pecuária. Isso faz com que o cerrado seja
considerado atualmente o bioma mais ameaçado do Brasil. No entanto, a
capacidade de adaptação das espécies nativas à variação climática (chuva, seca
e frio) é espantosa. Sua vegetação contém genes que as tornam tolerantes à seca
e a temperaturas mais altas ou baixas.
Tanto a agricultura mecanizada para produção de grãos quanto a pecuária
extensiva continuam sendo dois fatores determinantes do desenvolvimento da
região e da consequente devastação, como as queimadas, que ameaçam também os
povos do cerrado e a sobrevivência dos seus conhecimentos tradicionais, dos
seus saberes e fazeres.
O
desenvolvimento ou interesses econômicos, não podem servir de desculpas para destruição desta riqueza ambiental e
cultural. O cerrado sobrevive na seca, no frio, nas águas, sofre nas queimadas,
mas um dia pode morrer!
Hoje é seu dia.
Mas precisamos
saber como preservar e recuperar!
Araticum, baunilha e cajuzinhos do cerrado,
cagaita, araçá, umbu
mangaba, jatobá e baru.
Pequi, tamarindo e murici,
seriguela, gabiroba,
buriti, guariroba.
Frutas, castanhas, caules, vagens que nos alegram
dando cor e sabor a
quitutes, quitandas, sorvetes e pudins.
Anta, bugio preto, ariranha, irara,
onça pintada, onça preta, suçuarana,
quati, tamanduá bandeira e mirim.
Capivara, cervo, cuíca, jaguatirica, lobo guará,
lontra, mão pelada, paca, cateto, preá,
tatus peba, canastra, galinha e bola,
cachorro e porco do mato, ouriço cacheiro
siriema, gato mourisco, gato maracajá,
raposa do campo, veado catingueiro.
Pequenos, grandes, das águas, da terra ou do ar, cada um a chorar, a cantar e no cerrado a
vagar.
O Cerrado é nosso e ele renasce!
Linda homenagem.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo.
Pena que nosso Cerrado é tão pouco valorizado, até por quem vive dele...
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