sexta-feira, 2 de agosto de 2013

EaD com Neurismar Torres #11: EaD: Mito ou Verdade


Volto hoje a prosear sobre a Educação a Distância, tomando como referência o artigo de Cláudia Emi Izumi, do UOL (São Paulo – 2013), adaptando-o para a minha Coluna EaD – Escola Aberta, por sugestão da leitora, Professora Viviane Dias. Vejamos então.


No Brasil e no exterior, o método de Aprendizado Remoto ganhou fôlego a partir da propagação em massa da internet. Um dos resultados desse movimento foram os cursos de graduação, que hoje podem ser feitos de forma semipresencial ou on-line. O método, porém, ainda gera dúvidas.
Especialistas esclarecem as dúvidas mais comuns que ainda rondam o Ensino a Distância. Além da Consultora da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Arlete Guibert, foram entrevistados o Coordenador de EaD da Universidade de Brasília (UnB), Athail Pulino, a Coordenadora Adjunta da Universidade Aberta do Brasil da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rosely Zen Cerny, e o Diretor Executivo da FGV Online (Fundação Getúlio Vargas), Stavros Panagiotis Xanthopoylos.

Os Especialistas responderam onze questionamentos aqui repassados.

1. O Ensino a Distância ameaça o emprego do Professor-Tutor.

MITO: Este profissional é essencial para verificar o aprendizado a distância do aluno. O computador não vai substituí-lo. Na opinião de Pulino, o Professor-Tutor de EaD consegue até acompanhar melhor o desempenho dos alunos. Isso é feito por meio de atividades próprias dos cursos a distância, como fóruns de discussão, testes on-line e atividades extras, que são em quantidade maior que nos cursos presenciais.

2. A avaliação da EaD apresenta falhas porque algumas tarefas, como testes de múltipla escolha, são corrigidas automaticamente por um sistema, e não pelo Professor.

MITO: A EaD permite uma maior personalização no ensino que a educação presencial porque o aluno recebe orientação individualizada, diz Pulino. Ele acredita que o professor tradicional não tem condições para comentar uma prova e dar retorno de rendimento para cada um de seus alunos em apenas 50 minutos de aula. "Já na EaD, o aluno tem a supervisão do Professor-Tutor. Além disso, os testes de múltipla escolha não são o único meio de avaliação. O Tutor de EaD acompanha regularmente os avanços do aluno no curso e interfere quando ele não faz exercícios, não participa de fóruns ou não dá retorno.", comenta Pulino.

3. Cursos idealizados e formatados somente com videoaulas são ruins.

VERDADE: Apesar de exemplos bem-sucedidos de tutoriais e aulas em vídeos, como a Khan Academy para os alunos da Educação Básica, cursos mais complexos perdem qualidade se forem dados apenas com a exposição de vídeos e animações que explicam o conteúdo escolar. "O melhor formato é aquele baseado em "comunidades de aprendizagem", com interação entre alunos e com Professores-Tutores", diz Pulino.

4. Não dá para comparar curso a distância com curso presencial porque são duas metodologias de ensino completamente diferentes.

VERDADE:  "Podemos comparar a aprendizagem (domínio de uma competência, uma habilidade ou um conhecimento), mas não a forma pela qual ela foi adquirida, que pode ser presencial, a distância ou mista ou híbrida", diz Xanthopoylos. "O que podemos afirmar é que a internet, e principalmente a chegada da Web 2.0 com as redes sociais, trouxe uma nova dimensão de comunicação que permitiu alavancar nossa vida pessoal e profissional e a formação escolar. Esse fenômeno é irreversível e tem revolucionado os processos pedagógicos, sem prejuízo nos resultados da aprendizagem quando comparados com os métodos tradicionais."

5. O desempenho de um estudante de EaD pode ser falsificado porque existe a possibilidade de ele colar nas provas ou colocar outra pessoa para fazer o seu trabalho.

VERDADE EM PARTE: "Se o aluno fizer a avaliação pelo computador, sem controle ou acompanhamento, é óbvio que poderá falsificar um exame. Por isso que, em cursos certificados ou diplomados de EaD, as provas são realizadas em polos de forma presencial e com monitoramento e controle, como exige oMEC (Ministério da Educação)", lembra Xanthopoylos. De acordo com ele, a cola só ocorrerá se o sistema de controle for falho, o que vale tanto para os cursos de EaD quanto para os presenciais.

6. Alguns professores de cursos presenciais e o mercado de trabalho têm preconceito contra a EaD.

VERDADE: "Hoje vale essa máxima. O preconceito parte da ignorância, da falta de conhecimento de como funciona a EaD. Não há outra explicação", comenta Pulino. "Por sorte, há professores do método presencial que procuram ferramentas on-line para melhorar o ensino", diz. A Coordenadora Adjunta da Universidade Aberta do Brasil da UFSC acrescenta: "Os professores que vêm trabalhar com Ensino a Distância acabam mudando a tática pedagógica que era adotada em sala de aula convencional porque percebem que o mesmo material não funciona na EaD. O Ensino a Distância não tem lugar para improvisação, as atividades são pontuais."

7. O Ensino a Distância é para quem interrompeu os estudos ou não concluiu um curso superior.

EM PARTE: "Hoje o grande lance do Ensino a Distância é a possibilidade dada às escolas públicas e privadas de sair de sua esfera e atingir municípios distantes e menores que jamais terão uma instituição de Educação Básica e de Ensino Superior de qualidade. Ainda existe o preconceito contra a aprendizagem remota, mas isso está cedendo e a média de idade dos alunos, entre 30 e 40 anos, tende a baixar no futuro", opina Cerny.

8. O aluno da EaD pode ficar desmotivado a estudar por não ter professores em cima dele.

MITO: "Em muitos casos, ter um professor em cima da gente é pior. A motivação do aluno vem da integração com outros alunos. Eles podem estudar e tirar dúvidas sozinho ou em grupo. Além disso, há os Polos de Apoio Presenciais da Graduação a Distância. É lá que o aluno presta contas se estudou ou não aos Tutores, que são formados na área de conhecimento do curso e que esclarecem e checam os pontos da matéria que os alunos não assimilaram", explica Cerny.

9. Há muita distração para quem estuda em um computador.

MITO: Um bom curso de EaD é estruturado com estratégias e atividades que prendem a atenção do estudante, e não o contrário, comenta Cerny. "É claro que um desvio, como para as redes sociais, pode ocorrer com muita facilidade. Mas se o aluno não cumprir o que é exigido, o Tutor intervém. Se o aluno não faz uma atividade, o Tutor entra em contato. Há muitas técnicas de ensino para manter a atenção dos alunos nos estudos", diz Cerny.

10. O Ensino a Distância é para alunos que não têm tempo e querem tirar um diploma sem muito trabalho.

MITO: "O Ensino a Distância proposto por instituições de ensino competentes pode requerer muito mais trabalho do que em uma sala de aula presencial. Para que você assimile o conhecimento, tem de se programar, ter disciplina, assumir o compromisso de estudar com autonomia, gerenciando seus horários. Para aqueles que entram em um curso qualificado, saibam que terão de trabalhar bastante para obter o diploma", fala Guibert.

11. Preciso de um computador muito bom para acompanhar um curso de EaD.

MITO: O nível de conhecimento em informática é básico, e o computador precisa ter configurações mínimas, com um navegador de internet, pacote Office ou similar (BrOffice), programas para abrir arquivos em PDF e rodar vídeos, além de uma conexão de internet a partir de 500 kbps para assistir a videoaulas, se for o caso, sem pausas e interrupções. Todos os computadores mais recentes vêm com essas funções, mas, caso haja dúvidas, a instituição de ensino dá orientações ao aluno.


Espero ter contribuído para esclarecer o que pouca gente sabe, permitindo escolhas e dirimindo dúvidas.

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