Volto hoje a prosear sobre a
Educação a Distância, tomando como referência o artigo de Cláudia Emi Izumi, do
UOL (São Paulo – 2013), adaptando-o para a minha Coluna EaD – Escola Aberta, por sugestão da leitora, Professora
Viviane Dias. Vejamos então.
No
Brasil e no exterior, o método de Aprendizado Remoto ganhou fôlego a partir da
propagação em massa da internet. Um dos resultados desse movimento foram os cursos de graduação,
que hoje podem ser feitos de forma semipresencial ou on-line. O método, porém, ainda gera dúvidas.
Especialistas esclarecem
as dúvidas mais comuns que ainda rondam o Ensino a Distância. Além da Consultora
da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Arlete Guibert, foram
entrevistados o Coordenador de EaD da Universidade de Brasília (UnB), Athail
Pulino, a Coordenadora Adjunta da Universidade Aberta do Brasil da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC), Rosely Zen Cerny, e o Diretor Executivo da
FGV Online (Fundação Getúlio Vargas), Stavros Panagiotis Xanthopoylos.
Os Especialistas
responderam onze questionamentos aqui repassados.
1. O Ensino a Distância ameaça
o emprego do Professor-Tutor.
MITO: Este profissional é essencial para
verificar o aprendizado a distância do aluno. O computador não vai
substituí-lo. Na opinião de Pulino, o Professor-Tutor de EaD consegue até
acompanhar melhor o desempenho dos alunos. Isso é feito por meio de atividades
próprias dos cursos a distância, como fóruns de discussão, testes on-line e atividades extras, que são em
quantidade maior que nos cursos presenciais.
2. A avaliação da EaD apresenta
falhas porque algumas tarefas, como testes de múltipla escolha, são corrigidas
automaticamente por um sistema, e não pelo Professor.
MITO: A EaD permite uma maior
personalização no ensino que a educação presencial porque o aluno recebe
orientação individualizada, diz Pulino. Ele acredita que o professor
tradicional não tem condições para comentar uma prova e dar retorno de
rendimento para cada um de seus alunos em apenas 50 minutos de aula. "Já na
EaD, o aluno tem a supervisão do Professor-Tutor. Além disso, os testes de
múltipla escolha não são o único meio de avaliação. O Tutor de EaD acompanha
regularmente os avanços do aluno no curso e interfere quando ele não faz
exercícios, não participa de fóruns ou não dá retorno.", comenta Pulino.
3. Cursos idealizados e
formatados somente com videoaulas são ruins.
VERDADE: Apesar de exemplos bem-sucedidos de
tutoriais e aulas em vídeos, como a Khan
Academy para
os alunos da Educação Básica, cursos mais complexos perdem qualidade se forem
dados apenas com a exposição de vídeos e animações que explicam o conteúdo
escolar. "O melhor formato é aquele baseado em "comunidades de
aprendizagem", com interação entre alunos e com Professores-Tutores",
diz Pulino.
4. Não dá para comparar curso a
distância com curso presencial porque são duas metodologias de ensino
completamente diferentes.
VERDADE: "Podemos comparar a
aprendizagem (domínio de uma competência, uma habilidade ou um conhecimento),
mas não a forma pela qual ela foi adquirida, que pode ser presencial, a
distância ou mista ou híbrida", diz Xanthopoylos. "O que podemos
afirmar é que a internet, e
principalmente a chegada da Web 2.0 com as redes sociais, trouxe uma nova
dimensão de comunicação que permitiu alavancar nossa vida pessoal e
profissional e a formação escolar. Esse fenômeno é irreversível e tem
revolucionado os processos pedagógicos, sem prejuízo nos resultados da
aprendizagem quando comparados com os métodos tradicionais."
5. O desempenho de um estudante
de EaD pode ser falsificado porque existe a possibilidade de ele colar nas
provas ou colocar outra pessoa para fazer o seu trabalho.
VERDADE EM PARTE: "Se o aluno fizer a avaliação
pelo computador, sem controle ou acompanhamento, é óbvio que poderá falsificar
um exame. Por isso que, em cursos certificados ou diplomados de EaD, as provas
são realizadas em polos de forma presencial e com monitoramento e controle,
como exige oMEC (Ministério da Educação)", lembra Xanthopoylos. De acordo com ele, a cola só ocorrerá se o
sistema de controle for falho, o que vale tanto para os cursos de EaD quanto
para os presenciais.
6. Alguns professores de cursos
presenciais e o mercado de trabalho têm preconceito contra a EaD.
VERDADE: "Hoje vale essa máxima. O
preconceito parte da ignorância, da falta de conhecimento de como funciona a EaD.
Não há outra explicação", comenta Pulino. "Por sorte, há professores
do método presencial que procuram ferramentas on-line para melhorar o ensino", diz. A Coordenadora Adjunta
da Universidade Aberta do Brasil da UFSC acrescenta: "Os professores que
vêm trabalhar com Ensino a Distância acabam mudando a tática pedagógica que era
adotada em sala de aula convencional porque percebem que o mesmo material não
funciona na EaD. O Ensino a Distância não tem lugar para improvisação, as
atividades são pontuais."
7. O Ensino a Distância é
para quem interrompeu os estudos ou não concluiu um curso superior.
EM PARTE: "Hoje o grande lance do Ensino
a Distância é a possibilidade dada às escolas públicas e privadas de sair de
sua esfera e atingir municípios distantes e menores que jamais terão uma
instituição de Educação Básica e de Ensino Superior de qualidade. Ainda existe
o preconceito contra a aprendizagem remota, mas isso está cedendo e a média de
idade dos alunos, entre 30 e 40 anos, tende a baixar no futuro", opina
Cerny.
8. O aluno da EaD pode ficar
desmotivado a estudar por não ter professores em cima dele.
MITO: "Em muitos casos, ter um
professor em cima da gente é pior. A motivação do aluno vem da integração com
outros alunos. Eles podem estudar e tirar dúvidas sozinho ou em grupo. Além
disso, há os Polos de Apoio Presenciais da Graduação a Distância. É lá que o
aluno presta contas se estudou ou não aos Tutores, que são formados na área de
conhecimento do curso e que esclarecem e checam os pontos da matéria que os
alunos não assimilaram", explica Cerny.
9. Há muita distração para
quem estuda em um computador.
MITO: Um bom curso de EaD é estruturado
com estratégias e atividades que prendem a atenção do estudante, e não o
contrário, comenta Cerny. "É claro que um desvio, como para as redes
sociais, pode ocorrer com muita facilidade. Mas se o aluno não cumprir o que é
exigido, o Tutor intervém. Se o aluno não faz uma atividade, o Tutor entra em
contato. Há muitas técnicas de ensino para manter a atenção dos alunos nos
estudos", diz Cerny.
10. O Ensino a Distância é
para alunos que não têm tempo e querem tirar um diploma sem muito trabalho.
MITO: "O Ensino a Distância proposto
por instituições de ensino competentes pode requerer muito mais trabalho do que
em uma sala de aula presencial. Para que você assimile o conhecimento, tem de
se programar, ter disciplina, assumir o compromisso de estudar com autonomia,
gerenciando seus horários. Para aqueles que entram em um curso qualificado,
saibam que terão de trabalhar bastante para obter o diploma", fala
Guibert.
11. Preciso de um computador
muito bom para acompanhar um curso de EaD.
MITO: O nível de conhecimento em
informática é básico, e o computador precisa ter configurações mínimas, com um
navegador de internet, pacote Office ou similar (BrOffice), programas
para abrir arquivos em PDF e rodar vídeos, além de uma conexão de internet a partir de 500 kbps para
assistir a videoaulas, se for o caso, sem pausas e interrupções. Todos os computadores
mais recentes vêm com essas funções, mas, caso haja dúvidas, a instituição de
ensino dá orientações ao aluno.
Espero ter contribuído para
esclarecer o que pouca gente sabe, permitindo escolhas e dirimindo dúvidas.
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