Fazendo jus ao meu perfil, encontro-me hoje a pensar em Política e História, com letras maiúsculas, antes de iniciar nossa prosa sobre EaD.
O
Brasil, precisamente os brasileiros, que continuam a sonhar com um país justo,
decepcionam-se com o pronunciamento do Supremo Tribunal Federal – STF pela
aceitação dos Embargos Infringentes, dando continuidade ao episódio mais
vergonhoso da nossa História – o Mensalão.
Torço
agora para que a justiça seja rápida e nos alegre com um final justo. Como
Educadora, espero que o STF honre a casa por onde passaram e continuam passando
grandes juristas, e efetive a condenação daqueles que vilipendiaram, aviltaram e
praticaram roubalheiras em detrimento da nossa combalida Educação e de outros
Sistemas, como Saúde, Segurança etc., essenciais para o desenvolvimento do
Brasil.
Enfim,
deixo registrada minha indignação para talvez, quem sabe, no futuro, o meu reconhecimento
à justiça brasileira seja merecido.
Volto
agora, em minha lida, ao nosso tema EaD.
Provoquei-os
na prosa anterior e pontuei algumas questões que hoje pretendo esclarecer.
Inicio,
portanto, afirmando que o Tutor ensina sim, ao contrário do que sustentam os
menos informados. O Tutor não só guia, orienta, apoia, como estimula a
aprendizagem do aluno, e nisso consiste o seu ensinar.
Segundo
Litvim (2001:102), nas intervenções do Tutor de EaD, distinguem-se três
dimensões de análise.
• O Tempo – o Tutor deve possuir a habilidade
de aproveitar bem o seu tempo, pois não sabe se o aluno estará presente na
próxima tutoria ou se entrará em contato via on-line para consultá-lo.
• A Oportunidade – como o Tutor não sabe com
certeza quanto ao retorno do aluno, ele deve oferecer respostas específicas, aprofundadas
quando tem a oportunidade, vez que não sabe se voltará a manter contato com o
aluno.
• O Risco – o Tutor, para não correr o risco de
o aluno converter uma compreensão parcial em uma construção errônea, deve
aproveitar a oportunidade e o tempo para aprofundar o tema, requerendo da sua
parte uma análise rica, flexível sob a perspectiva de tempo, de oportunidade e
de risco.
O Tutor
não pode esquecer as peculiaridade do ambiente de EaD e reproduzir suas práticas
como se fosse um docente de sala convencional. Segundo Hanna (apud ALVES; 2003:37), o Tutor para
iniciar algum curso a distância deve:
• conhecer sua fundamentação pedagógica;
• determinar sua filosofia de ensino e de aprendizagem;
• participar de uma equipe de trabalho com
diversas especialidades;
• desenvolver habilidades para o ensino on-line;
• conhecer seus aprendizes;
• conhecer o ambiente on-line;
• dominar os recursos tecnológicos;
• criar múltiplos espaços de trabalho, de
interação e de socialização;
• estabelecer a dimensão de classe desejável;
• criar relacionamentos pessoais on-line;
• desenvolver comunidades de aprendizagem;
• definir as regras vigentes para as aulas on-line.
O
Papel do Tutor de EaD vem sendo repensado, levando-o a uma reflexão sobre a
interação, as novas linguagens e os instrumentos de mediação. Necessária se faz
a superação da postura de mero transmissor de conhecimento para uma de agente
organizador, dinamizador e orientador da construção do conhecimento do aluno.
Para
desenvolvimento dos papéis inerentes ao Tutor, quatro áreas exigem tratamento
especial. São elas.
• Área Pedagógica – O Tutor torna-se um
facilitador, conduz os alunos de forma livre, permitindo que eles explorem o
material didático sem restrições e desenvolvam a metacognição.
• Área Gerencial – O Tutor será um
administrador do tempo, do ritmo, do atingimento dos objetivos e das diretrizes
do curso.
• Área Técnica – O Tutor, consciente de que a
sua atuação por meio on-line deve ser
diferente da forma tradicional, será um incentivador do uso das tecnologias em
favor da aprendizagem.
• Área Social – O Tutor atua como estimulador
das relações humanas dos aprendizes, ajudando-os a trabalhar juntos, mantendo a coesão
do grupo.
Gosto
da forma como Gutiérrez e Prieto nomearam os Tutores de “Assessores Pedagógicos”,
considerando que sua principal função constitui-se em realizar a ligação entre
a instituição e o aluno, acompanhando todo o processo, enriquecendo-o com os
seus conhecimentos e suas experiências, estabelecendo redes, promovendo
reuniões grupais e os avaliando.
O
Educador a distância diferencia-se dos demais porque além das qualidades já
citadas, também planeja e atua como pedagogo, comunicador e técnico de
informática. Compõe a Equipe de Produção de Materiais Didáticos, avalia e
aperfeiçoa o seu próprio sistema.
Por
isso, o Educador de EaD deve ser valorizado, pois sua grande responsabilidade e
a possibilidade do atingimento de um número infinitamente maior de alunos,
colocam-no em destaque no âmbito educacional.
Espero,
caro leitor, tê-lo convencido de que o Tutor Ensina e MUITO!!!
Mais uma vez, PARABÉNS Professora Neurismar! Todo tutor deveria ler esse artigo e se organizar como classe para compartilhar experiências ímpares encontradas no seu ofício.
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