terça-feira, 25 de junho de 2013

EaD com Neurismar Torres #7 - Um Tutor Para Chamar de Seu


Com esse título, inicio a prosa de hoje. Quero confrontá-lo com o que determina o Parágrafo Único, Inciso V, do Art. 73, da Resolução1/2012 – CEDF, que trata da “obrigatoriedade de se prever momentos presenciais” para a tutoria.


Citando a Teoria Socioconstrutivista de Vygotsky, que discorre sobre a aprendizagem, pois isso serve de base para o significado do trabalho da Tutoria em EAD e citando também Lins (2005), a ação do outro sobre cada sujeito que aprende é fundamental, não só como ação incentivadora, mas também como Ponte (Leo Buscaglia) indispensável entre este e a realidade que o circunda. Em face disso, credito ao Tutor uma importância indispensável no processo de ensino e de aprendizagem na EAD.

O conhecimento existente quanto ao sistema de tutoria vem demonstrando os benefícios para as organizações e para os Tutores, por serem eles os responsáveis pela modelagem do conhecimento, ou seja, transformam a informação em conhecimento para o aluno, foco principal de uma escola que oferece EAD.
A tutoria é considerada como ação mediadora entre o conhecimento (conteúdo), a instituição e o aluno. São os Tutores mediadores do conhecimento e transformadores da informação em competência. 

Embora os avanços tecnológicos contribuam para a diminuição da distância física, apenas a introdução tecnológica não é suficiente para garantir o processo de aprendizagem, uma vez que educar é função humana e, por isso, a presença do Tutor, algumas vezes, é fundamental para a efetivação e a legitimidade do processo do aluno da EAD.

Segundo Patrícia Pereira (2011), “O crescimento da Educação a Distância trouxe à tona a discussão sobre o papel exercido pelos Tutores, que acabam tão responsáveis pelo desempenho dos alunos no curso quanto pelo bom relacionamento deles com a instituição".

Nos Cursos de Educação a Distância, os Tutores desenvolvem atividades ora presenciais ora em ambientes virtuais, e interligam os alunos às ferramentas colocadas à disposição pela instituição.

Na EAD, o Tutor existe para exercer uma nova função: ser o facilitador do ensino – função esta que dá margem a diversas tarefas. Não há um padrão e cada instituição busca o modelo mais adequado a sua proposta pedagógica e até mesmo conforme o curso ofertado.

De acordo com Rita Maria Tarcia, professora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e diretora da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), é possível identificar quatro modelos de tutoria. O primeiro é chamado de Semipresencial I, no qual o Tutor exerce atividades a distância, por meio de fóruns e chats, além de atendimento presencial. O segundo é o Semipresencial II, também com atividades a distância, mas com atendimento presencial referente à tecnologia. O terceiro é chamado de Bimodal, o qual mescla a tutoria a distância com encontros presenciais obrigatórios, e, no meu ponto de vista, é o modelo ideal para utilização na EAD e que vem sendo praticado normalmente sem a necessidade da obrigatoriedade. O quarto seria a tutoria exclusivamente Virtual. Não há, portanto, uma modalidade que possa ser eleita como a melhor. "O que deve haver é coerência pedagógica e um sistema que suporte o processo de acordo com o projeto de educação da instituição e do curso".

Estabelecer obrigatoriedade, como fez a Resolução no 1/2012, fere a identidade e a responsabilidade da Escola e do Tutor. Vamos deixar que a autonomia de cada Escola se responsabilize pela escolha de seu Sistema de Tutoria e exerça no processo escolhido a sua diferenciação?

Um comentário:

  1. Parabéns Professora Neurismar por mais esta reflexão que carece neste momento de discussões sobre esse tema.

    Como finalizaste o texto, a obrigatoriedade fere a autonomia de cada escola que tem em seus projetos metodologias que visam o melhor do ensino a seus alunos.
    Afinal há escolas e Escolas e aquela que quer continuar no mercado com certeza tem escolhido a maneira que melhor atende seu público.

    Como tutora e apaixonada pela EaD, dedico este texto a todos os colegas de profissão.

    Abraços,
    Isolda Gusmão

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